Uma empresa de Viana do Castelo vai investir 10 milhões de euros na reabilitação de um quarteirão da frente ribeirinha da cidade, com a demolição de um antigo armazém e a construção, no local, de habitações de luxo.
Em declarações à agência Lusa, a propósito da apresentação pública hoje realizada do projeto do edifício Marina, que inclui 22 apartamentos de “luxo”, o diretor geral da Reabilitar Viana, Fernando Peixoto explicou que a obra “arrancará em setembro”.
O empresário adiantou que, em setembro, a empreitada irá começar com a demolição do antigo armazém da Quimigal Adubos, um edifício devoluto e abandonado há mais de três décadas na frente ribeirinha e a posterior construção de 22 apartamentos de luxo e duas lojas comerciais.
Fernando Peixoto adiantou que a construção do edifício Marina “tem um prazo de execução de 24 meses e, quando concluída, irá criar uma nova dinâmica naquela zona da cidade”.
Construído de raiz, o empreendimento vai ocupar uma área de 5.550 metros quadrados, com cave, rés-do-chão e dois andares.
“Em forma de ‘U’ o edifício, projetado pelo arquiteto Fernando Jorge, vai nascer totalmente virado para o rio e o mar e terá, a meio, uma praça verde, aberta à comunidade.
“A praça verde terá uma ligação interna ao Largo Infante Dom Henriques para facilitar a circular e a fruição pública daquela zona. A própria arquitetura do edifício foi pensada para proteger essa zona, por exemplo do vento, permitindo que o espaço seja usufruído com todas as condições. Aquele espaço vai ser construído com uma certa elevação para criar uma espécie de anfiteatro natural”, especificou Fernando Peixoto.
O responsável adiantou que “o projeto inicial previa a criação de 11 estabelecimentos comerciais no rés-do-chão, mas o empreendimento vai disponibilizar apenas dois espaços”.
“Consideramos que a zona já dispõe de oferta comercial suficiente e, nesse sentido, reajustamos o projeto inicial”, disse.
O antigo armazém, em avançado estado de degradação, está situado junto à antiga doca comercial onde está atracado o navio museu Gil Eannes. Para aquela zona está prevista, há vários anos a construção de uma marina atlântica que sirva navios de cruzeiro.
Em maio, a administração dos portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) anunciou que, em parceira com a câmara local, vai ser feita “a curto prazo” uma nova tentativa de concessão das marinas da cidade, num investimento privado estimado em 3,5 milhões de euros.
Em causa está a doca de recreio, a jusante da ponte Eiffel, e a construção, na doca comercial, de uma marina Atlântica, que terá entre 120 a 150 lugares para embarcações até quatro metros de calado.
Já a doca de recreio disponibilizará cerca de 300 lugares para embarcações até três metros de calado.
Segundo António Mimoso, da administração da APDL, com aquela concessão, no total, a cidade será dotada com cerca de 450 lugares de amarração.
Criada, em 2016, a Reabilitar Viana já recuperou mais de 15 prédios no centro histórico da capital do Alto Minho, num total de 36 apartamentos e um investimento de cerca de cinco milhões de euros.
Presente na sessão pública de lançamento do novo projeto imobiliário, o vereador do planeamento e gestão urbanística, desenvolvimento económico, mobilidade e coesão territorial, Luís Nobre disse que, “em oito anos, a câmara de Viana do Castelo investiu 62 milhões de euros na reabilitação de espaços públicos e urbanos” e que “25% dos processos de licenciamentos que deram entrada nos serviços camarários prende-se com reabilitação urbana”.