O Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho criou uma “nova linha e dois grupos de investigação” e “expandiu-se” para o Porto, abrindo um novo laboratório com 20 colaboradores, anunciou hoje aquela instituição.
Em comunicado enviado à Lusa, o CEB adianta que a “nova linha de investigação autonomiza o trabalho já realizado na área alimentar, dado o forte crescimento do número de projetos de investigação e da colaboração com o tecido industrial relacionado com este setor”.
Segundo o texto, “com a criação desta nova linha, o CEB passa a ter um papel reforçado no desenvolvimento de novas tecnologias e na criação de produtos alimentares com grande valor acrescentado, mais saudáveis e nutritivos, dando assim espaço ao crescimento e surgimento de novos projetos que, por sua vez, ajudarão a que o centro seja cada vez mais uma referência e reconhecido como uma das maiores estruturas científicas a nível nacional”.
Àquela nova linha, refere o CEB, caberá “intensificar a investigação de excelência, melhorando a funcionalidade, qualidade, segurança e valor nutricional dos alimentos” e ao mesmo tempo serão “associadas tecnologias avançadas na produção alimentar, tendo por base a biotecnologia, respondendo aos desafios colocados pela Indústria 4.0 e fomentando o reforço da colaboração entre o mundo industrial e académico”.
Quanto aos dois novos grupos de investigação, um será vocacionado para a “investigação de excelência com a integração de tecnologias avançadas, utilizando uma abordagem biotecnológica”, o FIT, e o segundo, BIOMARK, será um grupo de investigação para contribuir “para a evolução no contexto médico e industrial, com a criação de (bio)nanomateriais funcionais e de biossensores, com foco no desenvolvimento de soluções para o diagnóstico, a monitorização e o tratamento de doenças, nomeadamente doenças cardiovasculares, cancerígenas e associadas ao envelhecimento”.
As novas instalações associadas ao CEB da UMinho ficarão no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
O CEB lembra que, em Portugal, a investigação e a produção científica nas áreas alimentar e da saúde “tem evoluído bastante nos últimos anos” e que no setor da saúde o CEB “tem feito importantes avanços, criando nanoformulações para aplicações cosméticas, proteínas para aplicações biomédicas, aplicações para a cicatrização de feridas e nanogéis para controlar a artrite reumatoide, entre muitas outras”.
“Prova do desenvolvimento desta área é o número de doutorados no setor da saúde que ronda os 3.000”, salienta o texto.
Ainda na área alimentar, o trabalho do CEB “tem incidido na criação de soluções inovadoras como sistemas de nanoencapsulação de compostos bioativos (nanoemulsões, nanogéis), embalagens funcionais e biodegradáveis de alimentos, avaliação de bioacessibilidade de compostos/nutrientes por um sistema gastro-intestinal dinâmico, assim como produção de aromas, enzimas, biopolímeros e adoçantes de origem biotecnológica e de compostos bioativos extraídos de microalgas e sistemas de embalagem de alimentos biodegradáveis”.
Com a criação da linha alimentar, são quatro as linhas de investigação existentes no CEB, juntando-se esta às áreas temáticas já existentes referentes aos setores industrial, ambiental e da saúde, que envolvem agora 430 investigadores e técnicos.