Declarações após o Gil Vicente – Belenenses SAD (0-0), jogo da 12.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Cidade de Barcelos:
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Eu penso que o resultado acaba por ser justo, na medida que o Belenenses SAD foi extremamente eficaz a defender. Entrámos com atitude forte e agressiva no jogo. Criámos duas ou três situações para passar para a frente do marcador. Fomos intensos e agressivos sobre a primeira fase de construção deles. Não me lembro de qualquer situação perigosa do Belenenses SAD. Nós criámos duas ou três situações para marcar.
Na primeira parte, tivemos intensidade altíssima. Não só conquistámos muita bola à frente, como não permitimos nenhuma transição ao Belenenses SAD. O Belenenses SAD é das melhores defesas do campeonato e é forte na transição. Tem criado inúmeras oportunidades de golo. Contra o Sporting, tiveram imensas situações para traduzir em golo. E é muito forte a fechar a baliza e o passe atrasado.
Na segunda parte, entrámos muito fortes, mas não foi um jogo muito bem jogado. Falhámos na decisão. Mostrámos grande eficácia defensiva e grande caráter. Face à energia despendida durante grande parte do jogo, tivemos de nos conter nos últimos 10 minutos. Aí, o jogo ficou perigoso. Senti que o jogo poderia pender para qualquer dos lados.
[Os casos de infeção de Denis, de Ygor Nogueira e de João Afonso] Perturbaram, mas não mexeram com a estratégia. A estratégia é inalterável com A, com B ou com C. A malta que jogou cumpriu o que foi pedido. Perturba mais a nível mental. É uma situação nova para nós e aconteceu perto do jogo. Cria alguma desconfiança. Ficamos a pensar se houve ou não houve contacto [com os elementos infetados].
Estou extremamente feliz por ele [Brian Araújo]. É um homem de grande caráter, que trabalha muitíssimo bem e tem muita qualidade. Gosto de gente que trabalhe e humilde. Ele personifica o jogador protótipo do Ricardo Soares: humilde, trabalhador e com qualidade. Não tive dúvidas em colocá-lo, apesar de ser o primeiro jogo dele pelo Gil Vicente. Fez uma boa exibição, mas não foi muito solicitado. Teve cruzamentos em que mostrou segurança. Ele deu toda a segurança, mas, para mim, não é surpresa”.
Petit (treinador do Belenenses SAD): “Satisfeito estaria com os três pontos. Não foi um jogo muito bem jogado. As equipas encaixaram-se uma na outra e respeitaram-se. Mas esperávamos mais. Estávamos num bom momento em termos de dinâmicas ofensivas e defensivas. Corrigimos algumas coisas ao intervalo. O Gil Vicente também teve mérito na pressão, obrigando-nos a lançamentos longos para o Miguel [Cardoso].
Na segunda parte, melhorámos e começámos a tomar conta do jogo. Tivemos uma, duas, três situações em que poderíamos definir melhor. É um resultado que se ajusta face ao que se passou. Temos de trabalhar mais.
O Taira [que foi substituído no início da segunda parte] também vinha de uma lesão. Melhorámos com o Bruno [Ramires].
Não sofremos. É muito difícil criar oportunidades contra este Belenenses SAD. Agradou-me a consistência defensiva.
Tentámos equilibrar [a defesa face aos castigos]. Os três centrais [Henrique, Cafú Phete e Tomás Ribeiro] não estão cá. Jogaram outros. Eles sabem as dinâmicas. Têm de trabalhar o máximo para, quando tiverem a sua oportunidade, conseguirem agarrá-la. O Gonçalo vinha de uma lesão grave. Esteve seis meses parado.
Todos os jogadores são importantes. O Gonçalo é o jogador mais antigo que está no Belenenses SAD. É um jogador que dá tudo pela equipa. Agora, regressam o Henrique, o Cafú Phete e o Tomás [Ribeiro]. Vou ter uma dor de cabeça [para as escolhas no eixo da defesa], mas isso agrada-me.
Jogámos com nove jogadores portugueses. A nossa média tem sido nove ou 10 jogadores portugueses por jogo. Temos aproveitado a equipa sub-23.
O Varela tem sentido algumas limitações na parte do gémeo. Temos gerido o Varela, até por causa da idade. Foi uma substituição forçada [aos 15 minutos]”.