Gaspar Martins, ex-vice-presidente do atual autarca de Ponte de Lima, Victor Mendes (CDS-PP), que concorre às eleições como independente, pelo Viramilho, aposta na conquista da Câmara para “recolocar” o concelho no “rumo” das palavras que dão nome ao movimento.
“O V de valorizar, I de idoneidade, R de respeito, A de autoridade, M de movimento, I de Independente, L de Limianos, H de Historicamente, O de ousados. Valorizar a idoneidade, o respeito e a autoridade através de um movimento independente de limianos historicamente ousados”, disse hoje à Lusa o antigo vereador de Daniel Campelo.
Gaspar Martins disse estar “convicto” de que vai ganhar a Câmara de Ponte de Lima.
“A nossa aposta é ganhar a Câmara, mas temos consciência de que é uma batalha e uma luta renhida. Estamos convencidos de que a vamos ganhar, mas também temos de ser sensatos e ver que as outras candidaturas também têm o seu potencial. Estamos bastante otimistas”, disse.
Gaspar Martins, que esteve duas décadas na Câmara de Ponte de Lima, disse que “o rumo atual é feito de atropelos nas obras públicas e particulares e no relacionamento do executivo com os administrativos”.
“Está um clima muito desconfortável, quando existia uma excelente ligação”, adiantou.
Segundo Gaspar Martins, de 67 anos, adiantou que o movimento é composto por pessoas “atrevidas, que não se conformam com o rumo que a força política que está no poder tem seguido no presente”.
“Quando o rumo, não é o melhor no presente, não se augura nada de bom para o futuro. E como tal, como cidadão limiano que sou, e outros que me acompanham, temos a responsabilidade de proporcionar uma alternativa, o que não quer dizer que queiramos derrubar ninguém. Se os eleitores entenderem que como está, está bem, façam o favor de continuar a votar e aceitamos esse veredicto porque somos democratas”, referiu.
Para Gaspar Martins, também nas eleições “nada é como começa, é como acaba”.
“A primeira candidatura à Câmara de Ponte de Lima a ser anunciada foi a nossa. Foi a primeira a dar entrada no tribunal no final de julho e a que recebeu o número um no boletim de voto”, afirmou.
Desfiliado do CDS-PP desde 2019, por ter apoiado a candidatura do PSD pelo distrito de Viana do Castelo às eleições legislativas desse ano, Gaspar Martins, de 67 anos, quer levar Ponte de Lima pelo rumo das primeiras quatro palavras que compõem a iniciais do movimento.
“Valorizar, idoneidade, respeito e autoridade. O rumo é por aí. Não custa nada ser bom, difícil é fazer um esforço para tentar ser justo. Justo, ninguém consegue ser, mas têm de ser feitas tentativas diárias e sistemáticas, para se ser o mais justo possível”, observou.
O candidato independente lamentou que o tribunal tenha rejeitado o símbolo que o Viramilho criou para o boletim de voto nas autárquicas de 26 de setembro.
“Estou muito insatisfeito com a decisão do juiz que presidiu à receção das candidaturas e procedeu ao sorteio. Sem razão aparente, excluiu o nosso símbolo. Cumprimos todos os procedimentos exigidos pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Já apresentei reclamação junto do tribunal e se não se resolver terei que recorrer à CNE ou ao tribunal. Queremos que o nosso símbolo apareça no boletim de voto”, referiu.
Nas eleições autárquicas deste ano, haverá mudança de liderança municipal em Ponte de Lima, segundo concelho mais populoso do Alto Minho e que, até 2013, era a única Câmara Municipal do país detida pelo CDS-PP.
Naquela vila, que se intitula como a “mais antiga de Portugal”, Victor Mendes, sucessor de Daniel Campelo, termina 12 anos consecutivos como presidente da Câmara pelo CDS-PP e passa o testemunho da candidatura pelo partido a Vasco Ferraz, atual vereador das Obras Particulares e Urbanismo, Proteção Civil, Desporto e Juventude.
O Movimento Ponte de Lima Minha Terra (PLMT), liderado por Abel Batista, volta a concorrer em coligação com o PS. São ainda candidatos José Nuno Araújo pelo PSD, João Gomes pela CDU, Gonçalo Abreu Lima pelo Chega, Joana Quintela pelo Movimento 51 e José Manuel Puga pelo Partido Popular Monárquico (PPM).
Nas últimas autárquicas, o CDS-PP alcançou 52,11% dos votos e conquistou cinco mandatos. O Movimento Ponte de Lima Minha Terra (PLMT), liderado por Abel Batista, que já anunciou a recandidatura às próximas eleições, atingiu 23,66% dos votos e garantiu dois lugares no executivo municipal.
As eleições autárquicas decorrem a 26 de setembro.