A Câmara de Braga vai pagar à Arquidiocese 200 mil euros para ter “posse em pleno” do Bairro do Picoto, construído em terrenos que pertenciam à igreja e nos quais foi edificado aquele aglomerado populacional pela autarquia.
Na conferência de imprensa no final da reunião do executivo de hoje, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, anunciou que a câmara e a Arquidiocese tinham “chegado a acordo” sobre o Bairro do Picoto, passando os terrenos nos quais foi edificado o Bairro do Picoto para a autarquia, possibilitando a requalificação do local com recursos a fundos comunitários.
O Bairro do Picoto foi construído em 1998, em terrenos pertencentes à Arquidiocese de Braga, representando um investimento camarário de 1,9 milhões de euros para 50 fogos habitacionais.
“A câmara tinha construído, há vários anos, um bairro social em terrenos que não lhe pertenciam. Esse projeto deu origem a uma proposta de permuta com a arquidiocese, proprietária dos terrenos, que passaria por a câmara receber o terreno onde está implementado o bairro e entregar o terreno onde existia um antigo campo de futebol”, explicou o autarca.
“Estranhamente, depois a própria câmara construiu uns acessos rodoviários no terreno que tinha ficado de entregar nessa mesma permuta”, considerou Ricardo Rio.
O autarca anunciou, assim, ter “uma feliz novidade para poder dar” aos bracarenses: “Devo hoje dizer que graças ao empenho do senhor arcebispos Jorge Ortiga e do advogado da arquidiocese foi possível, finalmente, chegar a um acordo pelos valores propostos recentemente pela câmara municipal, que rondam os 200 mil euros e que serão liquidados à arquidiocese muito brevemente para podermos tomar posse do bairro em pleno e assim avançarmos com a desejável requalificação desse mesmo bairro”, anunciou.
Rio explicou ainda que as negociações com a arquidiocese decorriam desde o ano em que foi eleito a primeira vez como presidente da autarquia.
“Desde 2013 até à data tivemos vários contactos com a arquidiocese de Braga para deslindar esta situação e para podermos chegar a uma solução que nos permitisse ter propriedade plena do bairro do Picoto, assim viabilizando uma intervenção de requalificação e de candidatura a fundos comunitários”, disse.