A Câmara de Braga aprovou hoje por unanimidade uma moção contra o fecho de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no concelho, argumentando que tal vai “prejudicar” “o desenvolvimento social e económico” do território.
Na habitual conferência de imprensa após a reunião do executivo, o vereador da CDU, autor da moção aprovada com os votos da maioria PSD/CDS-PP/PPM e PS, Carlos Almeida mostrou satisfação pela sintonia entre o executivo mas realçou que a decisão pelo não encerramento dos balões do banco público de Celeirós, S. Vicente e Nogueira não depende da autarquia.
No mesmo sentido, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, afirmou que a tomada de posição do executivo é “objetivamente muito pouco” mas que isso também “não desonera” a responsabilidade da autarquia. O PS, pela voz de Miguel Corais, salientou também a importância da decisão do executivo por unanimidade.
“A Câmara Municipal de Braga, reunida em 25 de junho de 2018, manifesta a sua oposição aos encerramentos de Agências previstos que afetarão empresas e particulares do concelho do Braga, prejudicando o seu desenvolvimento social e económico”, assumindo “uma intervenção firme no mesmo sentido, junto do Governo e da Administração da Caixa Geral de Depósitos, que a possa dissuadir de tais objetivos”, lê-se no texto da moção aprovada.
“É evidente que é uma vontade que fica expressa por unanimidade no município e isso não tem pouco valor. Mas é evidente que quem decidirá sobre essa possibilidade é o Conselho de Administração da GDD e o próprio Governo, que tem responsabilidade nesta matéria”, salientou Carlos Almeida.
Ricardo Rio, que salientou “que de um ponto de vista objetivo” a possibilidade da CGD recuar na intenção de encerrar aqueles balcões “é escassa se não houve uma intervenção do seu acionista maioritário que é o Estado”, explicou que a posição da autarquia tem um outro sentido.
“Objetivamente significa muito pouco, temos todos consciência disso, mas isso não nos desonera de podermos tomar um decisão politica que considera que a CGD, sendo um banco publico, devia ter um serviço de proximidade dos cidadãos e esta política de encerramentos acaba por penalizar essa realidade”, apontou.
Para os vereadores socialistas no executivo a aprovação da moção da CDU é uma “tomada de posição política” que visa “a proteção de uma franja da população” afetada pelo fecho dos balcões em causa.
“Não estamos contra a sustentabilidade da CGD mas entendemos que era importante estarmos deste lado desta situação porque a decisão de fechar balcões em freguesias limítrofes acaba por apanhar uma franja da população com mais dificuldades de mobilidade e há aqui uma finalidade que um banco púbico tem que conseguir preservar”, referiu Miguel Corais.
“Não temos que estar a favor de todos os considerandos mas é importante que o executivo manifestasse este sinal”, finalizou o socialista.
No texto da moção, a CDU refere que “a concretizar-se, esta nova vaga de encerramentos – passado apenas um ano sobre o encerramento de outras duas agências em Braga irá novamente prejudicar a população através da degradação do serviço público de proximidade prestado pelo banco público português”.
O texto salienta que a CGD “é uma instituição bancária pública que deve estar ao serviço do povo e do país” e que a sua “recapitalização não pode servir de pretexto para aplicar “reestruturações” que promovam o encerramento de agências, o despedimento de trabalhadores e o enfraquecimento do seu papel enquanto banco público, para dessa forma defender os interesses da banca privada”.
O executivo deliberou ainda enviar a moção aprovada “para a Administração da Caixa Geral de Depósitos, o Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Presidente da Assembleia da República e os Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República”.