O Tribunal de Instrução de Braga recusou a realização de uma acareação entre os sete ucranianos, que foram acusados pelo Ministério Público de Braga do crime de incitamento ao ódio e à violência, e a alegada vítima das ameaças, uma comerciante russa de Braga.
A juíza decidiu, também, requisitar um tradutor de ucraniano, mantendo-se a de russo, Olga Guedes, que interpretará a lojista.
A defesa havia levantado, no requerimento de abertura da instrução, um incidente de suspeição da intérprete, pedido que levou o Tribunal a abrir o respetivo processo. A tese foi já rejeitada por Olga Guedes, natural do Cáucaso, mas com nacionalidade portuguesa, pois aqui reside há 34 anos, e que há mais de 25 anos trabalha para entidades publicas e privadas como tradutora-interprete.
Conforme o O MINHO noticiou, a acusação diz que, no dia 07 de março de 2022, às 13:00, e para se vingarem da invasão russa iniciada a 24 de fevereiro, foram à loja, explorada por Natalya Sverlova, na Rua Francisco Pereira Coutinho, em S. Vicente. Entraram e disseram-lhe que era “uma p…!” e que deveria “voltar para a sua terra e deixar Portugal”. E ameaçaram queimar o espaço.
A defesa diz, no entanto, que os arguidos não foram ao estabelecimento nem pelo facto de a dona ter origem russa, nem “escolhendo-a como alvo” para se “vingarem”. A verdade – argumentam – “é que ela é, desde há vários anos, uma conhecida propagandista do regime de Vladimir Putin junto das comunidades de leste que residem em Braga”.