A candidatura da Aliança Democrática (AD) à Assembleia da República cumpriu hoje um périplo por unidades de saúde do distrito. No Hospital de Braga, o cabeça de lista da AD, Hugo Soares, partilhou as “preocupações crescentes face ao agravamento das condições de acesso dos cidadãos ao Sistema Nacional de Saúde (SNS)”.
“Temos urgentemente de mudar, de forma segura e tranquila, para resolver os problemas e salvar o Serviço Nacional de Saúde”, concluiu o líder da candidatura distrital da AD, à saída de uma reunião com responsáveis da recentemente criada Unidade de Saúde Local de Braga.
Citado em comunicado, Hugo Soares sublinhou a necessidade prioritária de “resolver os atrasos nas consultas, nas cirurgias e na medicina familiar”, mostrando ainda uma “preocupação especial com as mães que, no momento de dar à luz, ainda encontram o serviço de urgências de obstetrícia fechado”.
“Na Aliança Democrática, não temos complexos ideológicos entre o público e o privado. A nossa ideologia são as pessoas… resolver o problema das pessoas”, declarou o cabeça de lista da AD e secretário-geral do PSD.
Embora manifestando “alguma esperança” de que a situação de “caos” na saúde possa ser revertida, Hugo Soares não deixou de alertar para os efeitos do diagnóstico crítico sobre o atual estado do setor, como comprovam os mais diversos indicadores.
A “incapacidade do Ministério da Saúde em recrutar e reter mais médicos” e a insatisfação dos profissionais de saúde – gerando greves sucessivas – estão na origem de alguns dos problemas, assim como “os constrangimentos e as dificuldades provocadas pelo Ministério das Finanças, “que tudo quer controlar”.
Relativamente ao funcionamento do Hospital em Braga, Hugo Soares repudiou mais uma demonstração da falta de investimento público do governo PS e em particular do Ministério da Saúde. A falta de espaço físico é uma das “enormes lacunas” da unidade bracarense, obrigando a que 32% das cirurgias sejam efetuadas em estabelecimentos privados, refere a coligação, em comunicado.
O líder da candidatura da AD exortou, por isso, a que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, despache com urgência, mesmo antes das eleições, o processo relativo aos terrenos sediados na zona das Sete Fontes, de forma também a resolver o problema das acessibilidades.
Governação socialista foi “desastrosa”
O périplo dos candidatos a deputados da AD em unidades de saúde inclui ações nos hospitais de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Barcelos – que “continua à espera de construir uma nova estrutura”.
O balanço dos oito anos de governação PS “não podia ser mais desastroso”. Como reitera Hugo Soares, “a crise na saúde atingiu níveis impensáveis. Ninguém pode aceitar que Portugal esteja a regredir numa área prioritária como a saúde”.
Os tempos clinicamente recomendados para cirurgia “são ultrapassados em vários hospitais do SNS, mesmo em casos de pessoas com cancro e outras doenças graves”. No final de 2023, “1,7 milhões de portugueses não tinham Médico de Família e o Enfermeiro de Família não saiu do papel”.
“Os portugueses pagam diretamente do seu bolso mais de 35% da despesa anual de Saúde, para além dos impostos cobrados que financiam o SNS. Mais de 3,1 milhões de portugueses optam atualmente por um seguro de saúde para conseguir liberdade de escolha e resposta célere dos prestadores de saúde”, nota.
Como refere o líder da AD, “nos últimos oito anos não foi construído um único hospital público. Em contrapartida, foram construídos 32 hospitais privados. Nunca como agora há tantos portugueses a fazer seguro de saúde, porque não podem contar com o serviço público destruído pelo PS”.
A situação está a gerar “uma injustiça gritante no acesso aos cuidados de saúde em Portugal, com desigualdades crescentes entre os mais pobres e os mais ricos, entre o litoral e o interior, entre zonas urbanas, suburbanas e rurais”.