O historiador e jornalista José Milhazes lotou por completo a Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, em Esposende, onde apresentou o seu novo livro intitulado “A mais breve História da Rússia”.
O também comentador da SIC, conhecido por ter dito, em direto, “a guerra que vá para o c******”, revelou que o seu primeiro amor era de Esposende, e respondeu a várias perguntas de um público curioso para saber mais sobre a experiência do jornalista em terras eslavas.
Foram cerca de duas centenas pessoas que não quiseram perder a oportunidade de ouvir o jornalista, muito por força das atuais circunstâncias do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, país onde José Milhazes estudou e trabalhou, durante muitos anos.
O presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, moderou as intervenções, prestando, também, testemunho pessoal de quando esteve na Polónia e na Letónia, entre 2014 e 2015, e percebeu as relações ainda tensas entre os povos destes territórios, nomeadamente o receio de conflitos, no contexto da história da Europa central no século XX.
José Milhazes apresentou o seu livro “A mais breve História da Rússia”, uma viagem que atravessa séculos e séculos da história, cultura e civilização russas, que começa nos povos eslavos vários séculos antes de Cristo e acaba na atualidade, com Putin.
Nesta edição que inclui dezenas de fotografias e mapas, dá-se a conhecer a geografia, os povos, as grandes figuras, efemérides e feitos desta grande nação em permanente transformação.
O autor referiu que, citado em comunicado enviado à imprensa pela Câmara de Esposende, que dada a relevância do tema da atualidade, a guerra na Ucrânia, mais do que apresentar o livro, pretendia estar disponível para dar resposta a todas as questões que o público quisesse colocar.
Neste contexto, foram, de facto, várias as questões apresentadas, desde a posição da União Europeia em todo este processo, nomeadamente também nos conflitos anteriores na Georgia e Crimeia; o papel da igreja ortodoxa; as questões económicas e suas repercussões; as perspetivas futuras no desenrolar deste conflito; alguns aspetos relacionados com a ligação da União Soviética-Rússia ao partido comunista português, entre outros.
O público questionou também o autor sobre a motivação para a escrita do livro e um pouco da sua história de vida, em concreto se repetiria a ida para a União Soviética estudar aos 19 anos, à qual que explicou que sim, pois foi a oportunidade que lhe surgiu para poder seguir os estudos e porque aí constituiu a sua família.
A iniciar a sua intervenção, José Milhazes confidenciou que a sua primeira paixão (platónica) foi uma jovem de Esposende, partilha que motivou alguns momentos de humor no decorrer da sessão, que ficará, certamente, na memória de quem teve oportunidade de assistir.
A encerrar a sessão, José Milhazes esteve disponível para a habitual sessão de dedicatórias nos livros.