BE defende direitos de pescadores afetados por parque eólico ao largo de Viana

Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução
Be defende direitos de pescadores afetados por parque eólico ao largo de viana
Foto: retirada do cartaz “Seminário – A Economia do Mar” (CEVAL) / Arquivo

O Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução, onde recomenda ao Governo a “salvaguarda equitativa dos direitos dos pescadores afetados pelo projeto do parque eólico flutuante”, a instalar ao largo do de Viana do Castelo, revelou o partido.

Em causa está o Windfloat Atlantic, um projeto de uma central eólica ‘offshore’ (no mar), em Viana do Castelo, orçado em 125 milhões de euros, coordenado pela EDP, através da EDP Renováveis, e que integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos.

Em comunicado, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) adiantou ter recomendado ao Governo que “interceda no sentido de assegurar que todas as embarcações licenciadas e que podem operar na zona do projeto WindFloat Atlantic sejam equitativamente indemnizadas, em função da área de interdição provocada por este projeto”.

Segundo o BE, o projeto “será composto principalmente por três aerogeradores montados em plataformas flutuantes ancoradas no fundo do mar e cabos de transmissão de energia e ligação às estruturas de ancoragem e derivação em terra firme”.

“A presença e utilização destes equipamentos induz e induzirá fortes condicionamentos noutras atividades, nomeadamente na navegação e na pesca, ao impedir o atravessamento da área pelas embarcações ou colocação de quaisquer artes de pesca. Os armadores afetados pela realização deste parque eólico são todos aqueles cujas embarcações se encontram licenciadas para desenvolver a sua atividade entre Esposende, Viana do Castelo e Caminha”, especificou.

O BE adiantou que, “recentemente, a EDP Renováveis e o Governo estiveram em negociações com cerca de 16 armadores, no sentido de chegar a um acordo de compensação monetária, relativamente à desocupação das suas zonas de pesca, para a colocação dos três aerogeradores”.

“Estes acordos terão sido feitos sem a convocação e presença das associações de pesca local e muitos armadores e pescadores que se encontram licenciados para trabalhar na mesma zona por onde vai passar o cabo de energia do projeto que, num futuro próximo, poderá ser interditada em toda a área envolvente e em toda a sua extensão”, sustentou o partido.

Para o BE “não pode haver discriminação na atribuição de eventuais indemnizações aos utilizadores do espaço marítimo que veem constrangida a sua atividade profissional por causas a si alheias”.

“O Bloco de Esquerda considera que, a haver indemnizações pelos condicionamentos causados pelo projeto WindFloat Atlantic, todos os armadores, pescadores e demais utilizadores afetados devem ser indemnizados equitativamente”, reforçou.

 
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