A Câmara de Barcelos vota na quinta-feira uma proposta para autorização de um quinto vereador a tempo inteiro, que, a ser aprovada, poderá conferir “estabilidade governativa” ao executivo socialista.
“A proposta está na ordem de trabalhos e é para um quinto vereador com funções executivas, com pelouro atribuído”, disse hoje à Lusa fonte municipal.
Acrescentou que o objetivo é conferir “estabilidade governativa” a um executivo que não tem maioria absoluta.
A fonte escusou-se a adiantar quem será o vereador, remetendo para uma conferência de imprensa do presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes (PS), que terá lugar na quarta-feira.
No entanto, fontes partidárias contactadas pela Lusa adiantaram que se trata de José Pereira, eleito pelo movimento independente Barcelos, Terra de Futuro (BTF).
A Lusa contactou o líder do BTF, Domingos Pereira, que disse que José Pereira já lhe transmitiu que “eventualmente ia aceitar” o convite para integrar o executivo.
Domingos Pereira reservou mais declarações sobre o assunto para depois de uma reunião “com todo o grupo” do BTF marcada para hoje à noite.
Nas Autárquicas de 2017, o PS ganhou a Câmara de Barcelos mas sem maioria absoluta, tendo elegido cinco elementos (Miguel Costa Gomes e mais quatro vereadores).
A coligação PSD-CDS conseguiu quatro mandatos e o BTF dois.
Nas Autárquicas de 2017, o PS ganhou a Câmara de Barcelos mas sem maioria absoluta, tendo elegido cinco elementos (Costa Gomes e quatro vereadores).
A coligação PSD-CDS conseguiu quatro mandatos e o BTF dois.
Logo na primeira reunião do novo executivo, a oposição chumbou a delegação de competências no presidente da Câmara, o que tem motivado reuniões que chegam a ter mais de 200 pontos, incluindo questões como venda ambulante de tremoços ou algodão doce.
“Não é aceitável que esta atitude dos vereadores, que serve apenas os seus propósitos de sobrevivência política, faça perder tempo e dinheiro ao Município e aos munícipes. O tempo despendido a elaborar propostas (que antes se resolviam com um simples despacho) e a tratar deliberações (com uma média de 170 propostas) representa um acréscimo de cerca de 150 horas de trabalho por reunião para os técnicos do Município”, queixou-se Costa Gomes, num recente artigo de opinião num jornal local.
Segundo Costa Gomes, estes atrasos “afetam a vida” das pessoas, das empresas, das associações e das freguesias.
“Há já muita gente incomodada com esta situação mas é preciso dar passos concretos para acabar com ela”, acrescentava.
Nos dois anteriores mandatos, Domingos Pereira foi o “vice” de Costa Gomes, mas entretanto os dois incompatibilizaram-se.
Alegando “deslealdades”, Costa Gomes retirou os pelouros a Domingos Pereira e este desfiliou-se do PS e criou o BTF.