Um caso insólito. Uma mulher apostou 10 euros numa raspadinha, em Barcelos, e acabou por ganhar 500 mil, mas nunca conseguiu levantar o prémio porque a funcionária do quiosque, num momento de distração, rasgou o bilhete premiado.
Os Jogos Santa Casa, por sua vez, relembram que os mediadores oficiais são tão responsáveis como os clientes, uma vez que a Santa Casa é alheia aos danos provocados nas raspadinhas que estão em circulação.
A situação ocorreu há um ano, a 07 de setembro de 2021, num quiosque localizado na Avenida Nun’Álvares Pereira, na cidade de Barcelos. Até hoje, a apostadora ainda não conseguiu receber o prémio monetário.
Em declarações à CNN Portugal, a apostadora recorda que comprou uma raspadinha “Milionário” de 10 euros, raspou e pediu à funcionária para ver se tinha saído algum prémio. A funcionária, por sua vez, passou o talão na máquina mas acabou por rasgar num gesto quase que mecânico, apercebendo-se no mesmo instante que tinha feito asneira.
Veio a polícia, levantou-se o auto, a funcionária deu depoimento que tinha sido ela, mas para já, nada disso tem servido como forma de a apostadora receber o seu meio milhão de euros.
A funcionária diz que o talão foi passado na máquina, pelo que há a certeza que os Jogos Santa Casa receberam a notificação de que saiu ali um prémio. Diz também que nenhuma parte importante da raspadinha foi rasgada, como é o caso do código de barras e do número da raspadinha.
O júri de reclamações da Santa Casa, órgão independente, justifica o não direito ao prémio com o rasgão, mesmo que o bilhete tenha sido validado pelo sistema antes de ter sido rasgado.
“Quanto aos mediadores dos jogos sociais do estado, estes são representantes dos apostadores junto da Santa Casa de Lisboa, não podendo ser imputadas quaisquer responsabilidades à instituição SCML pela atuação junto dos apostadores”, é a resposta oficial dos Jogos Santa Casa.
O processo está, agora, em tribunal, e poderá levar muitos anos até ser resolvido.