O bairro social de Arcozelo, em Barcelos, vai ser reabilitado em 2016, num investimento de 560 mil euros que concretizará a primeira intervenção “de fundo” naquele complexo habitacional desde a sua construção, em 1973.
Segundo o concurso público, lançado pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e hoje consultado pela Lusa, as propostas para a realização das obras terão de ser apresentadas até meados de janeiro, sendo o prazo de execução de 270 dias.
Em comunicado, a Câmara de Barcelos refere que a obra “deverá ser financiada, na sua quase totalidade”, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) do município.
O bairro de Arcozelo, conhecido por bairro do Fundo de Fomento, foi construído em 1973 e é composto por dez edifícios, que se agrupam em quatro blocos e com um total de 60 fogos.
“Desde a sua construção, é a primeira vez que estes imóveis são objeto de obras de fundo”, sublinha o município de Barcelos.
A intervenção passará pela execução de cobertura com isolamento térmico, aplicação de isolamento térmico nas fachadas e pinturas, substituição das caixilharias e colocação de estores, remodelação das áreas comuns e trabalhos diversos de eletricidade.
Em abril de 2015, o então deputado socialista Manuel Mota levou à Assembleia da República o caso daquele bairro, alertando para os “muitos e graves problemas” de habitabilidade e higiene.
Reportagem Porto Canal - Maio, 2015
Em requerimento dirigido ao ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Manuel Mota referia que os problemas daquele bairro vão desde a queda de beirais dos telhados à “imensa” humidade nas casas, devido a infiltrações “que provocam problemas a nível respiratório”.
O deputado socialista falava ainda em “edifícios degradados e com fissuras, telhados que carecem de uma substituição quase total e cabos elétricos expostos pondo em perigo os moradores”.
O parlamentar sublinhava a degradação das condições de vida dos habitantes naquele bairro, “maioritariamente pessoas de idade avançada e com significativas limitações de saúde e económicas”.