De novo adiado. Face à ausência de resposta da Ordem dos Advogados, o Tribunal de Braga adiou, a última audiência do julgamento do ex-autarca de Braga, Mesquita Machado, que estava marcada para dia 16 de maio. “A Ordem anda mais atrasada do que os própros tribunais”, ironizou fonte ligada ao processo. O ex-autarca socialista está a ser julgado, com mais cinco ex-vereadores socialistas, por participação económica em negócio e abuso de poder, crimes alegadamente praticados no chamado “negócio das Convertidas”, realizado no mandato autárquico 2009/2013.
Previa-se que a sessão integrasse as alegações finais das partes e marcasse a sentença.
O coletivo de juízes aguarda, desde março, que a Ordem dos Advogados indique ao Tribunal da Relação se aceita que o advogado Moura Duarte, seja testemunha no processo. O jurista pediu à Ordem autorização para depor, no quadro das regras de sigilo profissional. Os advogados de defesa dos arguidos não prescindem do seu testemunho, pelo que o Coletivo de Juízes se viu obrigado a adiar a última audiência, em finais de fevereiro.
Em causa está o investimento de três milhões na compra de três prédios anexos ao Convento das Convertidas, os quais tinham sido propriedade de uma firma do genro de Mesquita, o que levou o Ministério Publico a considerar que o negócia serviria apenas para a favorecer, dado que estava próxima da insolvência. O MP sustenta, ainda, que o projeto de reabilitação das Convertidas, nomeadamente para uma pousada da juventude, nem sequer tinha apoios comunitários.
Defende, ainda, que o negócio salvaria o genro, José Pedro Castro Rodrigues, e a filha que podiam ficar sem os bens pessoais, por causa de dívidas de, 2,6 milhões de euros ao BCP, e de dois milhões ao empresário Manuel Duarte.
A defesa de Mesquita Machado, e dos cinco ex-vereadores, tem tentado demonstrar que não havia qualquer interesse pessoal ou familiar no chamado «negócio das Convertidas». Até porque, à data da compra, os três prédios, já não lhe pertenciam.