Assessoria de Imprensa ao serviço da literacia

Artigo de Catherine Pereira, profissional de Comunicação
Assessoria de imprensa ao serviço da literacia

Assessoria de imprensa ao serviço da literacia

Catherine Pereira
Profissional de Comunicação

Numa sociedade que se deve tornar cada vez mais informada, o desenvolvimento de ferramentas comunicacionais que potenciam a literacia é fundamental para a preparação de cidadãos mais participativos, inclusivos, dinâmicos e reais conhecedores das suas tomadas de decisão.

Bem sabemos da complexidade deste tema e da aposta em novos modelos e estratégias, devendo ser a escola um dos principais motores para o debate desta temática, envolvendo as crianças, desde cedo, na importância deste conceito.

Na saúde, a literacia surge como um pilar para o desenvolvimento do pensamento crítico e colaborativo, quer no que diz respeito à prevenção da doença, quer no que diz respeito à promoção da saúde.

Na verdade, a baixa literacia em saúde leva à baixa compreensão dos conteúdos informativos, ao acesso errado às estruturas de saúde e a uma maior dificuldade na relação profissional | paciente que, muitas vezes, influencia todo o processo de tratamento.

Associo o “perigo” da baixa literacia como se de uma comunicação de uma má noticia se tratasse. Quando comunicamos uma notícia negativa através de claras falhas de preparação e do ajuste adequado à situação (muitas vezes porque, simultaneamente, surgem outras responsabilidades), a mensagem fica deturpada e enviesada do propósito inicial.

É aqui que o(a) Assessor(a) de Imprensa pode e deve ter um papel fundamental: ser um dos motores que aproxima a sociedade aos temas atuais (ou não) da saúde, envolvendo-a e ajudando-a a reforçar as competências necessárias para a construção de um maior auto-conhecimento, mais esclarecida, procurando fontes de informação fiáveis e de linguagem simplista que reforce a autonomia e a participação.

A Assessoria de Imprensa (AI) encontra-se, por norma, nos “bastidores”, mas o seu trabalho é bem visível aos olhos de todos. E é no trabalho de bastidores que se cria a diferença.
A AI em saúde (ou em qualquer outra área) não deve, nem pode surgir apenas associada à crise mediática, o seu papel é muito mais que isso.

A AI é uma área da comunicação que se constrói na proatividade, que trabalha em conjunto com os diferentes intervenientes da Instituição, baseando-se numa relação organizada e de confiança, onde cada conteúdo criado surge dentro de uma estratégia comunicacional que deve ser previamente delineada.

A informação que a AI produz só tem verdadeiro impacto quando todos os envolvidos estão certos da importância da comunicação como fonte de maior proximidade dentro e fora da Instituição, quando a produção de informação tem um sentido de serviço público, com conteúdos fidedignos e acessíveis de informação neste setor.

O ideal será encontrar-se o equilíbrio entre a produção de conteúdos e o seu resultado: consolidar a imagem da Instituição, aumentar o sentido de pertença e trabalhar no sentido de minorar a desinformação, contribuindo para um maior reforço na autonomia dos utentes aquando da leitura de uma notícia sobre saúde.

A AI é muito mais do que produzir informação. A AI produz informação com um objetivo Institucional, onde a literacia deve ter sempre o seu lugar.

 
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