O presidente da CCDR-Norte disse hoje que o plano ferroviário nacional apresentado, na quarta-feira, pelo Governo representa “excelentes notícias” para o Norte do país e para a eurorregião Norte de Portugal e Galiza.
“O Plano Ferroviário Nacional (PFN) que foi apresentado com um nível de consolidação mais estruturado (…) são excelentes notícias para a região Norte do país e para um espaço que, para nós, é muito importante, que é a eurorregião Norte de Portugal e Galiza”, afirmou António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).
O responsável que falava aos jornalistas à margem do lançamento da nova edição do programa de cooperação INTERREG Espaço Atlântico 2011-2027, em Viana do Castelo, disse que, “se até agora, quando se falava da rede ferroviária, a região Norte estava no fim de alguma coisa, onde o comboio parava, com o que se perspetiva de até ao final da década de termos uma ligação de alta velocidade à Galiza, e daí à Europa, a região deixará de estar no fim da linha e passará a estar no meio da ligação de Portugal à Europa”.
“Temos vindo a dizer várias e várias vezes: é um plano essencial para a região, é um plano muito importante. Agora o que é preciso é que aquelas metas ambiciosas e exigentes sejam cumpridas, porque elas são muito importantes para a região”, destacou.
Sobre o projeto da alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo, também anunciada ma quarta-feira, “a implementar de forma faseada” disse: “é evidente que para a região Norte é muito importante a ligação à Europa e à nossa terra irmã da Galiza, mas para a região Norte é absolutamente essencial, incontornável termos uma ligação de grande qualidade, de grande eficiência a Lisboa para, sobretudo, conseguirmos obviar aquilo que, ainda hoje, paradoxalmente, se faz”.
“Muitos de nós, muitos empresários e muitas pessoas terem de utilizar uma ligação de avião para fazerem para 300 quilómetros. De facto, se tivéssemos uma boa ligação ferroviária não se justificava e, portanto, precisamos, certamente de uma ligação à Europa, mas precisamos igualmente de uma ligação Lisboa excelente”, referiu.
Para o presidente da CCDR-N “a construção da nova linha adicional permitirá libertar e aumentar a capacidade de tráfego da linha atual e, por isso, haver um reforço da capacidade do transporte ferroviário de mercadorias”.
“Para o Norte, principal região industrial do país, é também muito importante que a nossa ligação de mercadorias para o sul, para Lisboa, para todo o resto do território, seja reforçada. Por isso, as notícias que tivermos são absolutamente excelentes.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o país tem “condições financeiras” para assumir o projeto da alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo “com tranquilidade” e sem “sobressaltos que o ponham em causa”, sublinhando que reuniu uma “larguíssima maioria”.
O governante salientou que infraestruturas como esta “transcendem qualquer maioria”.
Também na quarta-feira, o Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, disse que a nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa, que pretende ligar as duas principais cidades do país em apenas uma hora e 15 minutos no serviço direto, não terá paragens e será construída em três fases, estando a primeira, o troço entre Porto e Soure, prevista concluir até 2028.
Neste que é, disse o responsável, o “troço mais congestionado da Linha do Norte”, o tempo de percurso estimado será de uma hora e 59 minutos.
O segundo troço, entre Soure e Carregado, que deve estar concluído até 2030, e deverá diminuir o tempo de percurso para uma hora e 19 minutos.
A terceira fase, entre Carregado e Lisboa, “será construída mais tarde”, disse Carlos Fernandes, e permitirá atingir a duração final de uma hora e 15 minutos de toda a ligação.
Já o presidente da IP, Miguel Cruz, recordou que este projeto está incluído no investimento global de 43 mil milhões de euros a realizar até ao final da década na área dos transportes, sendo que 11 mil milhões de euros serão investidos na ferrovia.