O Chega, o maior aliado do Partido Socialista

ARTIGO DE OPINIÃO

Joaquim Barbosa

Jurista e Gestor.

Um dos motivos que levaram, segundo dizem os entendidos, à maioria absoluta do António Costa – além da penalização dos partidos de esquerda que não aprovaram o orçamento de estado do seu segundo governo  – foi a o “papão” que conseguiu agitar entre uma eventual ligação do CHEGA com o PSD .

De facto o medo que António Costa conseguiu intuir no eleitorado, levou-o a um resultado que nem ele esperaria mas que depois desbaratou completamente numa governação desastrosa. 

Sendo assim, o CHEGA constituiu uma enorme vantagem para o Partido Socialista, tendo sido este partido de ultra direita essencial para o bom resultado eleitoral que o PS teve nas últimas eleições.

Como disse Ângelo Correia em Fevereiro de 2012, “Antonio Costa cria a pior psicose que pode acontecer em política, que é uma chantagem pelo medo”.

O que Pedro Nuno Santos quer agora fazer – acompanhado incompreensivelmente de muita imprensa que deveria ser isenta no tratamento da realidade política – é voltar aagitar  o papão do CHEGA para tentar chegar, outra vez por esse motivo, a um resultado eleitoral favorável. 

Ora o PSD não pode ser mais claro no que disse quando deu um rotundo não a qualquer apoio parlamentar ou de governo com o CHEGA, antes até de ser previsível eleiçõeslegislativas.  

Ora como esta clareza de Luis Montenegro deita por terra toda esta estratégia falsa do Partido Socialista e de Pedro Nuno Santos, não restando mais ao PS do que tentar incutir falsamente que o PSD não disse ou não vai fazer aquilo que afirma. É fazer naquilo que o PS é especialista: construir narrativas , ou seja historietas falsas, e tentar fazer crer nas pessoas que é verdade.

O que é mais espantoso é alguma imprensa – que se quer livre e isenta – acompanhar esta falsa prestação socialista .

Daí a compreensível indignação do Secretário Geral do PSD Hugo Soares quandoapareceu em rodapé nalguns canais de televisão onde ele participava, a possibilidade de qualquer compromisso de governo com o CHEGA e o PSD, algo completamentenegado por ele.

Nessa ocasião os portugueses perceberam muita coisa. 

Tudo isto apenas representa o domínio que o PS tem sobre alguma comunicação social no sentido  de esta se deixar manipular a favor da sua irrealista estratégia. Lamentávelque o PS e certa imprensa se comporte assim perto do 25 de abril fazer 50 anos. 

Nâo há maior aliado do PS do que o CHEGA e o eleitorado de direita terá de perceber isto ao faze a sua escolha.

Montenegro, a seu tempo, deverá dirigir-se ao eleitorado e ter uma atitude semelhante à de Sá Carneiro quando dizia que se Eanes o demitisse não faria um novo governo ouquando Cavaco Silva quando disse aos portugueses que não voltaria a governar em minoria . 

Luis Montenegro terá de ser bem claro olhos nos olhos dos portugueses para estes perceberem, antes de votarem,  que nunca governará com qualquer ligação ao CHEGA e que quem quiser afastar o PS terá de votar no PSD, sendo um voto no CHEGA um voto no PS. 

Se tiver maioria absoluta governará sem problemas, se ganhar as eleições sem maioriaentão será o CHEGA o responsável pela volta do PS ao poder no caso de querer votar contra o governo saído da vontade dos portugueses. O PSD não deverá negociar nadacom este partido. 

O PSD mostrou durante a sua existência o seu profundo sentido democrático e de apego ao interesse nacional quando permitiu a aprovação dos governos socialistas em minoria e, portanto, é altura de os portugueses perceberem que comprometimento os outros partidos têm com Portugal. 

Claro que isto é o pior que poderá acontecer a este PS radical; mas também que legado deixa ao fim de 8 anos de governo e que resultado espera ter, quando escolheu para candidato a Primeiro Ministro um dos seus piores ministros que não deixou nada de positivo ao país ? Se estivesse de consciência tranquila o PS, em vez destas golpadas políticas, o que faria era falar com orgulho do seu legado, algo que não consegue fazer. 

Pobre situação para um partido que não tem quase mais nada a apresentar aos portugueses ao fim de 8 anos de governação ou de 21 anos à frente do país nos últimos 28 anos.

 
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