Dinis Franco tinha apenas dois anos quando a sua vida mudou para sempre. Numa rápida fuga à mãe, quando saia do carro junto ao cemitério da freguesia de Cabreiro, em Arcos de Valdevez, saltou para cima de um muro e acabou por cair, sofrendo lesões graves que lhe retiraram a capacidade de ações tão básicas como andar, falar ou sequer segurar o tronco e a cabeça.
Então, os médicos davam pouca esperança de recuperação, mas passados 14 anos, Dinis já consegue manter uma conversa, escreve com relativa facilidade e quase que já vence um ‘braço-de-ferro’ com a mão direita. Mas ainda há muito a fazer para que Dinis possa usufruir de uma vida com maior qualidade. Para isso, precisa da sua ajuda.
O MINHO conversou esta quarta-feira com Maria Clara, mãe do Dinis, que tem buscado apoio para conseguir pagar ações cirúrgicas a realizar numa clínica privada, em Madrid. As despesas têm sido enormes.
Note-se que, por dois meses de tratamento numa clínica especializada em Braga, a família paga 10 mil euros do próprio bolso. Isto para não falar de outras terapias que realiza durante as férias de verão e na época do Natal. Já os acessórios adaptados, esses, Maria Clara tem esperado pelo apoio do Estado, que tarda, mas chega.
“Ele só sabia correr”
A mãe recorda um Dinis irrequieto antes do acidente, que “estava sempre a correr”. Chegou a levá-lo a um psicólogo infantil, pouco antes de ter dois anos, mas ninguém conseguia perceber porque é que Dinis fugia sempre de todo o lado e corria sem parar.
No dia do trágico acidente, Maria Clara estacionava junto ao cemitério da freguesia para compor a campa da família, mas mal parou o carro, Dinis saiu a correr e saltou para o muro, acabando por cair de uma altura de vários metros.
“Ele só sabia correr. Começava de manhã e só parava à noite. Eu tinha um café e precisava de alguém a olhar por ele a tempo inteiro porque quando dava por ela, já tinha saído a correr pela porta fora”, recorda Maria Clara.
Depois do acidente, Maria Clara teve de encerrar o café, passando a dedicar-se a tempo inteiro ao filho e à sua recuperação, que na altura parecia impossível, mas que nunca o foi para Maria Clara. Nem para Dinis.
Na altura, perdeu visão, fala, andar, mexer, “mas ao longo dos anos foi recuperando aos pouquinhos”, salienta a mãe.
Maria Clara conta que o Dinis passou a realizar 45 minutos diários de fisioterapia numa clínica pública, mas o próprio fisioterapeuta avisou que Dinis precisava de realizar outras terapêuticas, como terapia da fala, terapia ocupacional, para poder mexer, raciocinar. Foi aí que entrou no Centro de Paralisia de Braga, onde realizou tratamentos bi-semanais até aos seis anos.
Estimulação intensiva mudou-lhe a vida
Quando tinha oito anos, entrou para o Centro de Estimulação Intensiva de Neurologia que tinha acabado de abrir em Braga. E isso mudou-lhe em muito a vida.
“Desde que começou os tratamentos, dois meses por ano, passou a controlar o tronco, melhorar a posição da cabeça, voltou a nivelar a face, que agora está mais ou menos boa, já come pela mão dele, consegue escrever, fazer contas e tem bastante força no braço direito. Também fala muito melhor, já conseguimos ter uma conversa com ele”, conta a mãe, radiante pelo progresso ao longo dos últimos anos.
Cirurgias em Madrid
Agora, o próximo passa por algumas intervenções cirúrgicas realizadas por uma equipa de médicos russos que se deslocam a uma clínica privada em Madrid. Já deveria ter sido feito, mas a guerra atrasou os planos a todos.
O objetivo é levar o Dinis a essa clínica espanhola, até final do mês de outubro, para fazer uma fibrotomia – intervenção cirúrgica ao nível dos ligamentos que poderá melhorar em muito a qualidade de vida de Dinis. Mas o preço, embora ainda não determinado porque depende do número de tratamentos que irá realizar, deverá rondar os 6 mil euros.
Do Estado, não há apoio por não existir protocolo entre o SNS e essa clínica privada. Se fosse numa clínica onde existe protocolo (e existem algumas em Espanha), o Estado poderia comparticipar.
Deste modo, e face a tantas despesas, a família tem organizado venda de rifas, entre outros eventos para angariar fundos e promoções patrocinadas por empresas, situação à qual O MINHO se decidiu aliar, divulgando contas para onde podem ser feitas transferências para ajudar o Dinis:
IBAN PT50 00350 1020 0051 8887 3043
NIB 00350 1020 0051 8887 3043
Pode também acompanhar a evolução do Dinis através desta página de Facebook.