O Conselho Nacional do PSD aprovou hoje a moção de confiança à Comissão Política Nacional liderada por Rui Rio, com 75 votos a favor, 50 contra e um nulo, segundo fonte oficial social-democrata.
Antes, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, eleito pelo círculo de Braga, em 2015, defendeu que para resolver a crise interna do partido rapidamente é preciso “apostar na direção atual”, permitindo que “mostre aquilo que tem para fazer”.
“Eu diria que é preciso estabilidade e é preciso resolver este problema rapidamente. Para resolver este problema rapidamente temos que apostar na direção atual do PSD. É preciso que continue, é preciso que mostre aquilo que tem para fazer e tem muito para fazer e vai, com certeza, fazer”, afirmou.
Fernando Negrão, que falava aos jornalistas à entrada do hotel do Porto onde decorreu o Conselho Nacional social-democrata, desvalorizou ainda a crise interna do partido, considerando que o PSD vai sair desta reunião reforçado.
“Todos os partidos passam por crises. Nós assistimos a crises no Partido Socialista, assistimos a crises no Bloco de Esquerda, assistimos a crises noutros países e, portanto, é natural que também aconteça o mesmo no PSD. Estamos de facto numa situação dessas, como eu disse no início: sairemos daqui reforçados”, defendeu.
Para o líder parlamentar do PSD, é isso que os militantes querem e o país precisa.
“O Governo que temos governa mal, os portugueses querem uma alternativa e essa alternativa será, com certeza, o PSD”, acrescentou.
Questionado sobre a sua posição quando à forma de votação da moção de confiança à direção de Rui Rio – voto secreto, braço no ar ou até nominal – Fernando Negrão disse apenas que essa era uma questão jurídica que seria dirimida durante o Conselho Nacional.
O Conselho Nacional do PSD estava reunido desde o final da tarde para debater e votar uma moção de confiança política à direção, apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.
Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições – completou no domingo metade do seu mandato, um ano – mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.
De acordo com os estatutos do PSD, “as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante”.