Entrou na arte de fazer fatos através dos ensinamentos do pai, aos 12 anos. Herdeiro de um ofício que tradicionalmente passava de geração em geração, mas que hoje tem dificuldade em atrair jovens, Paulo Alves vai juntar em Barcelos, de onde é natural, no domingo, cerca de 35 alfaiates de todo o país. Para “não deixar a arte morrer”.
O Encontro Nacional de Alfaiates realiza-se anualmente no último fim de semana de maio. Vai para a 33.ª edição. Em cada encontro é escolhido o alfaiate que vai realizar o próximo. Desta vez, a responsabilidade coube a Paulo Alves. Natural da freguesia de Macieira de Rates, em Barcelos, vai organizar o evento na sua cidade natal.
Paulo Alves, de 47 anos, começou a aprender a arte com o pai, quando tinha 12. Ao lado do progenitor – que faleceu há oito anos – trabalhou mais de duas décadas. Atualmente, exerce o ofício no Porto.
“Há uns 15 anos a profissão caiu em desuso, mas atualmente acho que está a voltar a ser procurada”, conta o alfaiate a O MINHO.
“A diferença que existe é não estarem a entrar jovens na arte”, acrescenta Paulo Alves, notando que para fazer um fato são necessários “vários anos de experiência”.
![](https://ominho.pt/wp-content/uploads/2024/05/encontro-alfaiates-724x1024.jpg)
Os próprios encontros anuais têm vindo a refletir essa falta de renovação: “De ano para ano estão a vir cada vez menos, porque muitos já têm bastante idade”.
O encontro em Barcelos vai reunir cerca de 35 alfaiates e, no total, com acompanhantes, envolverá à volta de 70 pessoas.
Do programa consta a receção na Câmara Municipal, visitas à Torre Medieval e ao Museu de Olaria, missa, almoço e entrega de certificados.
“Também costumamos sortear entre nós cortes de fatos”, aponta Paulo Alves, realçando que a iniciativa pretende ser um momento de “convívio” e “partilha de experiências” entre profissionais.
E com um objetivo claro: “Não deixar a arte morrer”.