Gaspar Martins, ex-vice-presidente do Município de Ponte de Lima, vai candidatar-se à presidência da Câmara através de um movimento independente. Com 20 anos de experiência autárquica, considera que o município “não está a seguir no bom caminho” e está confiante de que sairá vencedor nas autárquicas do próximo ano. O movimento intitulado VIRAMILHO não vai apresentar listas nas freguesias.
“O que se verifica neste último mandato é um crescente desconforto à forma como o município é gerido”, justifica Gaspar Martins, em declarações a O MINHO, o porquê de avançar com a candidatura independente, ele que foi vereador durante 20 anos, dos quais os 12 últimos vice-presidente. Concluiu o seu último mandato em 2017, sendo que, então, a vice-presidência foi ocupada pela sua filha Mecia Martins.
“As pessoas entendem que eu durante 20 anos contribuí muito para aquela estabilidade, entendem que eu tenho uma palavra a dizer. Eu próprio também entendo que o município não está a seguir no bom caminho e tenho por isso também uma obrigação de participar como cidadão”, sublinha o antigo número dois de Victor Mendes.
Gaspar Martins vai encabeçar a candidatura do VIRAMILHO – Valorizar a Idoneidade, o Respeito e a Autoridade, através do Movimento Independente de Limianos Historicamente Ousados. O seu número dois será Nuno Amorim, engenheiro, que foi durante mais de três décadas chefe de divisão de obras e urbanismo na autarquia limiana.
“Reunimos um grupo de trabalho, com especialistas, cada um nas suas áreas, para tentarmos fazer melhor, ou pelo menos darmos aos limianos uma oportunidade de, em caso de não se reverem na situação em que estamos, poderem optar”, refere Gaspar Martins, assegurando que o objetivo é ganhar a câmara.
“Estamos convictos de que vamos conquistar a Câmara”, reforça. “De qualquer maneira, sou um democrata, e entendo que está na mão do povo essa vontade. Se o povo entender que a nossa equipa merece que eu seja presidente da Câmara, o povo vai legitimar que o seja; se o povo entender que quem está, está bem, vamos respeitar essa vontade”, acrescenta.
O VIRAMILHO só vai apresentar listas à Câmara e à Assembleia Municipal e, neste caso, só porque a lei eleitoral o obriga para a candidatura ter direito aos tempos de antena.
Já para as juntas de freguesia, “desde a primeira hora” que o movimento “entendeu que não pode nem deve concorrer”. Isto porque, durante os 20 anos em que esteve na câmara, Gaspar Martins convidou ou participou na equipa que convidou os presidentes de junta, “a maior parte deles ainda hoje estão eleitos”.
“Apoiamos os [presidentes de junta] que o povo escolher. E, além disso, não conheço em nenhuma freguesia haja desconforto generalizado”, sublinha o anunciado candidato, garantindo que esse fator não será usado como desculpa caso o movimento não seja bem sucedido.
“O povo é soberano e a sua decisão é sábia. Não termos a listas nas freguesias não vai prejudicar a candidatura à câmara. Se não formos ganhadores não vamos, de maneira nenhuma, aparecer a dizer que não ganhámos porque não apresentámos candidaturas nas juntas”, conclui.
Ponte de Lima é desde 1976 governada pelo CDS. Victor Mendes, atual presidente da Câmara, está impedido de se recandidatar devido à limitação de três mandatos.