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Braga

Aniversário do Bloco de Esquerda juntou mais de 70 filiados em Braga

Catarina Martins esteve no evento e falou sobre habitação, guerra na Ucrânia e França

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Foto: Lucas de Freitas / O MINHO

Ocorreu na noite de sexta-feira o jantar de comemoração do 24.º aniversário do Bloco de Esquerda em Braga.

Mais de 70 bloquistas filiados participaram no jantar que contou também com a participação de Catarina Martins, coordenadora nacional do partido.

Durante o seu discurso, Catarina Martins saudou o mandado de captura de Putin, acusou Emmanuel Macron de aprovar uma reforma “digna de ditaduras”, e falou ainda sobre o problema da habitação, ao dizer que os preços pões “todas as gerações à rasca”.

“Quando olhamos para a habitação, estão todas as gerações à rasca. O preço da habitação torna tudo um drama”, disse.

Por isso, apelou à forte adesão na manifestação pelo direito à habitação marcada para 01 de abril.

“Porque o direito à habitação não pode ser uma mentira e porque as mentiras que o Governo tem contado não resolvem nenhum dos problemas da habitação”, referiu.

Foto: Lucas de Freitas / O MINHO

Foto: Lucas de Freitas / O MINHO

Catarina Martins disse que há um “mal-estar imenso” dos portugueses em relação ao Governo e à situação do país, apontando como exemplo a greve geral da função pública, que decorreu na sexta-feira.

“Esta greve é também a expressão deste mal-estar imenso com o país, com uma maioria absoluta do Partido Socialista que todos os dias diz que está tudo bem, ou que vai estar tudo bem, e só deixa os problemas acumularem-se e nunca resolve absolutamente nada”, referiu.

Para Catarina Martins, o aumento em “quase 30%” do preço do cabaz dos bens essenciais faz com que ir ao supermercado seja “um exercício de obstáculos, para tentar perceber o que é que se pode comprar”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda ainda saudou a decisão “histórica” do Tribunal Penal Internacional de emitir um mandado de captura contra o Presidente russo, mas defendeu que a medida deve estender-se a todos os criminosos de guerra.

“Sabemos que esta decisão é histórica. Mas sabemos também outras duas coisas: que é bom que a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) não atrase o julgamento de todos os crimes de guerra na Ucrânia e que esperamos que esta decisão inédita do Tribunal Penal Internacional ter a coragem, porque o mundo o exige, de ir atrás de um país que não é subscritor do Tribunal Penal Internacional se estenda também a outras guerras e a outros crimes”, referiu Catarina Martins.

“Quantas vezes os Estados Unidos da América não foram penalizados pelos crimes de guerra, por não serem signatários do Tribunal Penal Internacional”, afirmou.

O Tribunal Penal Internacional emitiu ontem um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, nomeadamente o alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia.

Foto: Lucas de Freitas / O MINHO

Foto: Lucas de Freitas / O MINHO

Em relação à França, Catarina classificou de “autoritária e digna de ditaduras” a decisão do presidente de fazer aprovar a reforma do sistema de pensões sem passar pela Assembleia Nacional.

“Emmanuel Macron decidiu usar um artigo duma lei para poder aumentar a idade da reforma sem passar pelo parlamento. É uma medida excecional, autoritária, digna de ditaduras. É isto o neoliberalismo europeu, passar por cima da democracia para assaltar as pensões e os salários de quem trabalha”, criticou Catarina Martins, durante um jantar comemorativo dos 24 anos do Bloco de Esquerda, em Braga.

A reforma das pensões defendida pelo governo do Presidente Emmanuel Macron inclui o aumento da idade da reforma para 64 anos, a partir dos atuais 62.

Macron fez aprovar a reforma do sistema de pensões na quinta-feira, sem passar pela Assembleia Nacional, usando um artigo da Constituição que permite evitar a aprovação parlamentar.

Para Catarina Martins, trata-se de um “ataque autoritário contra o trabalho”, que não pode passar em lado nenhum.

O evento contou também com o discurso de Teresa Amorim, filiada ao Bloco de Esquerda desde 2019.

“É sempre importante criar momentos de proximidade, em que podemos estar todas e todos juntas e juntos como camaradas, presencialmente. É bom manter estes laços e potenciar um ambiente de convívio e partilha de inquietações. É nestes momentos que se fortalece a luta e se mostra que estamos presentes, unidas e unidos e com força renovada para continuar a fazer o tanto que ainda há por fazer”, disse.

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