Fotografia: Vila Animal (2013)
A casa abrigo que a associação Vila Animal utiliza há nove anos para acolher animais abandonados em Viana do Castelo foi vendida e vai ter que ser desocupada até final deste ano, sem que existam espaços alternativos, disse esta quinta-feira a presidente.
A presidente da Vila Animal, Maria José Barreiros, afirmou estar “muito preocupada” com o futuro dos cerca de 30 animais que atualmente acolhe, recolhidos “nas ruas da cidade, do concelho e do distrito de Viana do Castelo”.
“Continuamos sem uma esperança, sem uma luz, sem nada”, frisou.
Maria José Barreiros, de 67 anos de idade, lamentou que ao longo dos nove anos da casa abrigo tenha sido solicitada, “por diversas vezes, a ajuda do executivo, sem sucesso”.
“Inicialmente apenas na procura de um terreno para construção de um novo espaço, uma vez que o valor da construção já estava garantido por particulares. Face à falta de resposta, e soluções perdeu-se o referido apoio. Mais recentemente, pediu-se uma solução para um espaço com o mínimo de condições para possibilitar a continuidade da associação. Até há data continuamos sem resposta”, frisou.
A associação conta com 360 associados, sendo que o trabalho diário na casa abrigo, situado em pleno centro da cidade, é garantido por 14 voluntários.
“Voltamos à estaca zero. Não temos nada, temos de sair do espaço onde estamos até final deste ano. Ainda não sabemos para onde ir, vamos fazer mais um apelo à Câmara e a todos os cidadãos de Viana que nos ajudem”, referiu.
O presidente da Câmara, José Maria Costa afirmou que “os serviços camarários estão a envidar todos os esforços para encontrar, no concelho, um local adequado para aquela estrutura, enquadrado nos instrumentos de gestão do território”.
“Estamos a procurar um terreno que reúna as condições adequadas para receber aquele tipo de estrutura, até para ter um caracter mais definitivo. Não se encontra um espaço com estas características de um dia para o outro. A associação também tem que fazer o seu trabalho, e ajudar a procurar alternativas”, sustentou.
O autarca socialista garantiu que o município “está empenhado” em encontrar um espaço para a associação a quem reconheceu “um trabalho muito meritório”, apoiado “por um subsídio mensal” atribuído pela autarquia.
Na semana passada, a presidente da Vila Animal denunciou publicamente o problema, na Assembleia Municipal, durante período destinado ao público.
“Assumindo-se Viana como uma cidade saudável e pró-animal, esperamos que o executivo consiga concretizar nos próximos dois meses, data após a qual temos que abandonar as instalações, as promessas de encontrar uma solução que permita obter o espaço desejado”, lê-se na exposição feita na ocasião.
A associação adiantou que durante os nove anos de atividade da casa abrigo, foram esterilizados 4.235 animais, e entregues para adoção controlada, 2.945 gatos e cães.
“Não podemos aceitar como alternativa o canil intermunicipal do Alto Minho, que atualmente tem um serviço limitado, horário insuficiente, meios de recolha escassos, sem gatil e abrangendo uma área geográfica de 14 municípios”, lê-se no documento.
Aquele canil, localizado em Ponte de Lima, é gerido pela Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM) Alto Minho, abrangendo os dez concelhos do Alto Minho, e ainda Esposende, Barcelos, Terras de Bouro e Amares.