Uma sala de aula transformada numa casa. Assim se pode resumir o projeto CASA – Centro de Aprendizagem de Socialização e Autonomia, que foi inaugurado esta quinta-feira, na Escola Secundária de Maximinos, em Braga.
Este centro, um dos três projetos vendedores do Orçamento Participativo Escolar (OPE) do Município bracarense, vai permitir que crianças e jovens com deficiência desenvolvam os seus níveis de independência e autonomia, preparando-os para a vida em comunidade.
Uma cozinha totalmente equipada, sala de jantar, um quarto e uma casa de banho vão ajudar os alunos cegos e com dificuldades intelectuais a desenvolver as atividades de Vida Diária (AVD) de forma autónoma.
“Este é um momento importante para toda a comunidade pois é a demonstração que a inclusão não é uma causa municipal mas de todos os bracarenses. Com este projeto, Braga, além de ser uma cidade educadora, afirma-se também como uma cidade cada vez mais inclusiva”, referiu Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, elogiando a visão dos diretores dos Agrupamentos Escolares por terem “sufragado esta proposta e verem o seu alcance”.
O projeto resulta do financiamento de 25 mil euros provenientes da primeira edição do OPE do Município de Braga.
“O Orçamento Participativo é um projeto no qual o atual executivo se empenhou desde a primeira hora. É fundamental reforçar a democracia participativa dos cidadãos, identificando projetos e iniciativas que a população considere relevante”, sublinhou Ricardo Rio.
Nesse sentido, o autarca considerou que “esta foi uma proposta que veio responder às necessidades da população que carecem de necessidades especiais e foi pensada e executada de uma forma exemplar, acautelando diversas questões como a mobilidade e a acessibilidade, ao mesmo tempo que qualifica estes jovens para uma vida com autonomia”.
Esta foi também uma forma de assinalar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e de sublinhar a necessidade de uma maior atenção para os assuntos relacionados com a deficiência.
António Pereira, diretor do Agrupamento de Maximinos, não escondeu a satisfação pela concretização deste projeto que vem alargar a capacidade de trabalho com os alunos.
“Nesta casa existem todas as divisões essenciais onde os alunos com necessidades educativas especiais podem criar a sua autonomia e fazer as tarefas do dia-a-dia. Com isto queremos criar todas as condições de exercício de cidadania a estes jovens”, sublinhou.
Desde cozinhar, arrumar a casa, fazer a cama e tratar da higiene pessoal, os cerca de 20 jovens com diversas necessidades especiais das escolas do Agrupamento de Maximinos vão poder experimentar a autonomia que muitas vezes lhes é ‘retirada’ pela própria sociedade.
“Pretendemos ensiná-los a quebrar barreiras e a perderem o medo de experimentar a sua autonomia, ao mesmo tempo que os preparamos para a vida adulta em comunidade”, explicou o diretor do Agrupamento.
A forma como foi possível concretizar este projeto, também não foi esquecida por António Pereira, que elogiou a iniciativa da Câmara Municipal de Braga em criar todas as condições para uma cidadania ativa através do Orçamento Participativo Escolar.
“Esta foi uma excelente oportunidade que o Município de Braga criou para que as comunidades escolares encontrarem soluções para problemas que noutras circunstâncias não seria possível resolver”, concluiu.
Este é o segundo projeto já concretizado no âmbito do OP Escolar para o ano de 2015 que contemplou três projetos. Depois do Agrupamento do Mosteiro e Cávado e do Agrupamento de Maximinos, seguir-se-á o projeto do Agrupamento de Escolas Francisco Sanches que se encontra em vias de conclusão.