Aldeia em Arcos de Valdevez alarmada com 10 imigrantes numa só casa (três estão ilegais)

Trabalhadores de explorações de mirtilo
Foto: O MINHO

São pelo menos dez imigrantes, trabalhadores de explorações de mirtilo, que estão a viver numa pequena casa no lugar de Covinha, na freguesia de Sabadim, em Arcos de Valdevez. Os vizinhos denunciam a falta de condições e temem que naquela aldeia aconteça uma situação parecida com a de Odemira, no Alentejo, em que a covid-19 se propagou entre trabalhadores agrícolas. A GNR, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho) fiscalizaram os trabalhadores – três estavam ilegais.

Os moradores do lugar da Covinha foram surpreendidos ontem, segunda-feira, com a notícia de que cerca de uma dezena de imigrantes, de países africanos de língua oficial portuguesa, iam habitar uma casa que dizem ser exígua para albergar tanta gente.

A situação causou de imediato alarme naquela localidade de Arcos de Valdevez e inclusivamente gerou momentos de tensão, ontem à noite, alegadamente, com o patrão dos imigrantes que lá se deslocou para levar “colchões e cobertores”. Ter-se-á tratado de “uma questão de carros mal estacionados”. Por um lado, moradores estariam a barrar a passagem do patrão; por outro, contam uma testemunha a O MINHO, este estaria em propriedade privada. A GNR resolveu o assunto.

Três ilegais

Os trabalhadores das explorações de mirtilo, que pertencerão a uma empresa de Monção, instalaram-se naquela freguesia de Arcos de Valdevez ontem depois de terem sido “expulsos” de uma outra, Souto, conta um morador.

“A pessoa que lhes cedeu não diz que aluga, que é só emprestada. Não estamos contra os trabalhadores por serem pessoas de cor, mas treze pessoas pessoas numa casa que dá para três, todos a dormir ao molho, em colchões insufláveis, é escravatura”, acusa um morador daquele lugar, José Rodrigues.

Devido às queixas da população, esta manhã o SEF e a ACT estiveram no local acompanhados pela GNR. Ao que O MINHO apurou junto de fonte da Guarda, foram fiscalizados dez imigrantes e três deles encontravam-se em situação ilegal.

Serão notificados para regularizar a sua situação ou abandonar o país.

Vírus é a grande preocupação

A Junta de Freguesia de Sabadim está acompanhar de perto o caso que está a gerar queixas e apreensão da população.

Contactado por O MINHO, o presidente, José Sousa Barros, salienta que a principal preocupação da autarquia é com a situação pandémica. “A única coisa com que nos preocupámos é que tenham o feito o teste da covid-19 e não venham infetar aquele lugar da freguesia”, realça o autarca, garantido: “Não temos nada contra por serem imigrantes”.

 
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