O advogado João Ferreira Araújo, que defende um dos sete arguidos em prisão preventiva que serão libertados devido à panddemia de covid-19, elogiou a juíza Marlene Rodrigues, da Grande Instância Criminal do Tribunal de Braga.
“Estou bastante sensibilizado com esta iniciativa da senhora juíza, pois apesar de ser bem conhecido o seu humanismo, provou uma vez mais que tem a necessária ponderação, tal como os outros dois juízes e a senhora procuradora da República, porque a libertação dos arguidos não impedirá nunca que faça, como sempre o faz, a devida justiça neste processo”.
Advogado penalista, mas que também se tem destacado nos outros ramos do Direito, referia-se ao facto dos sete arguidos que estão em prisão preventiva, serem libertados provisoriamente, do total de 16 acusados por tráfico de drogas duras, em Braga, Amares, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Famalicão, Porto e Oeiras, tendo sido detidos em operação da GNR de Braga.
No despacho judicial, a juíza, que curiosamente já trabalhou nos Serviços Prisionais antes de ter enveredado pela judicatura, invoca esse seu conhecimento em geral e o da Cadeia Regional de Braga em particular, para concluir que tal espaço é já de si concentracionário, referindo “que o Estabelecimento Prisional de Braga, que conhecemos à semelhança aliás da quase totalidade das cadeias portuguesas, não permite o distanciamento recomendado pela Direção Geral de Saúde e a Organização Mundial de Saúde, isto em decorrência da sobrelotação das prisões, de consequências gravosas caso ocorra foco de contaminação”.