A administração do Hospital de Braga será ouvida na Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República a propósito da situação dos trabalhadores que reclamam a adesão aos contratos coletivos de trabalho. O requerimento do Bloco de Esquerda (BE) foi aprovado por unanimidade e audição deverá ser agendada em breve, anunciou esta sexta-feira o partido.
No documento entregue na Assembleia da República, o deputado Moisés Ferreira aponta que “há vários profissionais (entre eles assistentes operacionais, assistentes técnicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros) do Hospital que não tiveram a atualização das suas remunerações e do seu horário de trabalho”.
O bloquista salienta que “a anterior gestão privada impôs aos trabalhadores salários mais baixos (alguns até abaixo do salário mínimo nacional para 35 horas de trabalho) e cargas horárias semanais mais elevadas; desvalorizou o valor do trabalho dos seus profissionais e pagava muito abaixo do praticado nos hospitais públicos”.
Trabalhadores do Hospital de Braga de novo em greve contra discriminação salarial
“As más práticas da gestão privada, nomeadamente as remuneratórias, devem fazer parte do passado, pelo que todos os profissionais do hospital de Braga em gestão pública deveriam ter já começado a ser remunerados em conformidade. A passagem para a gestão pública tinha (e tem) como obrigação corrigir estas situações e harmonizar remunerações e horários de trabalho com os que são praticados nos hospitais do SNS de gestão pública”, refere o deputado.
Os trabalhadores das carreiras gerais do Hospital de Braga têm protestado contra a “discriminação” de que consideram estar a ser vítimas fruto da não aplicação dos acordos coletivos de trabalho (ACT).
O Hospital de Braga tem referido que o Conselho de Administração “continua a envidar esforços” para a resolução do processo de adesão aos ACT, que se encontram em curso, e que “tudo fará no sentido de salvaguardar, de forma equitativa, os interesses dos seus profissionais”.
O Hospital de Braga foi gerido pelo Grupo Mello Saúde até 31 de agosto de 2019, data a partir da qual a gestão passou para a esfera pública.