Declarações dos treinadores após o jogo Arouca-Gil Vicente (1-0), da segunda jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, em Arouca:
– Ivo Vieira (treinador do Gil Vicente): “[Desgaste dos jogos europeus] Não teve peso, fiz questão de frisar isso. Tenho que fazer a análise do jogo de hoje, que preparámos da melhor forma, mas sofrer o golo aos dois minutos pôs em causa a estratégia montada.
Na primeira parte, o Arouca foi mais forte nos duelos e segundas bolas, mais intensos fisicamente. Nós ficámos aquém nesse sentido, os jogadores lutaram, mas nos duelos temos que ser mais valentes.
Na segunda parte mudámos, entrámos de forma diferente e corremos mais riscos, encontrámos os caminhos da baliza por fora fazendo cruzamentos. O que fez a diferença aqui, para além do golo, foi a qualidade na tomada de decisão. Não nos saiu de feição, os atletas são humanos. Tivemos bastante volume ofensivo, a equipa deu uma resposta cabal e encostou o Arouca na linha defensiva.
O jogo não tem grande influência naquilo que vem para a frente, porque as minhas decisões são feitas consoante o desempenho deles, portanto têm de estar focados e fazer as coisas bem no dia de hoje para poderem ter espaço no próximo jogo.
[Jogo com o AZ Alkmaar na quinta-feira] Vai ser um jogo difícil, um adversário forte, mas vamos discutir o jogo, não estamos fora do ‘play-off’ sem jogar. Vamos jogar e acreditar no que podemos fazer, pode ser um jogo de grande motivação para os atletas que podem tomar melhores decisões do que hoje.Há um facto que não me serve de conforto, há coisas que temos que melhorar, o espaço não tem sido o mais adequado a nível de treino, temos feito só gestão, mas a equipa tem uma margem de progressão grande. A primeira parte aquém, a segunda parte foi melhor, vamos procurar ser mais consistentes na qualidade de jogo”.
– Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Qualquer início de jogo com um golo acaba por beneficiar a equipa que marca. Na segunda parte, não me parece que o Arouca se pôs a jeito, mas que o Gil Vicente arriscou mais e colocou mais gente no último terço, o que nos obrigou a uma organização defensiva diferente daquela que foi na primeira parte. Foi mérito do Gil Vicente porque é uma equipa com qualidade, sabíamos que seria um jogo difícil.
Na primeira parte, o que produzimos justificou esse golo. No segundo tempo – a equipa tem vindo a crescer no processo ofensivo e defensivo -, o Gil Vicente pôs à prova a nossa organização defensiva e fomos irrepreensíveis.
Poderíamos ter tido outro tipo de gestão de posse de bola na segunda parte, principalmente em transição ofensiva, ter criado mais problemas face a alguns desequilíbrios que eles foram tendo porque estavam a arriscar. Acabámos por ter duas oportunidades em que podíamos ter feito mais um golo, em duas transições, pelo Mújica e Antony. A verdade é que o Andrew faz duas grandes defesas, mérito dele. Acaba por ser um jogo que nos traz três pontos, era o que procurávamos e estamos satisfeitos.
Se não houvesse as ausências que temos, provavelmente não jogaria com seis reforços. Este é um processo contínuo e que vai crescendo, há jogadores que têm comportamentos assimilados, são os que vêm da época transata. Na antevisão tinha dito que estou satisfeito com a maneira como têm crescido, assimilado e aceite o que temos passado.
Por isso mesmo, jogaram seis reforços e estou satisfeito pelo que deram, pelo que procuraram pôr em prática o que se tem procurado. Este é o caminho, difícil de percorrer, mas tem de ser desta forma que temos de continuar. Tenho a certeza que vamos crescer muito.
O golo madrugador dificultou a tarefa do Arouca. Na segunda parte, o Ivo [Vieira] arriscou mais, deixou menos gente nos equilíbrios defensivos, o que nos causou muitos problemas em termos defensivos. Obrigou-nos a defender como um todo, a manter a equipa unida porque tinha jogo interior e a equipa muito larga que nos obrigou a meter lá homens. Se o golo não fosse tão madrugador, o Gil Vicente não arriscaria tanto como fez na segunda parte”.