Declarações após o jogo Gil Vicente-FC Porto (1-2), da sétima jornada da I Liga de futebol, que se disputou hoje em Barcelos:
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Sim [a equipa merecia mais], fizemos um excelente jogo, houve vários momentos do jogo e, em alguns, conseguimos impor o nosso jogo e em outros fomos determinados, coesos e organizados, permitindo pouco espaço ao FC Porto. Depois, tivemos a qualidade que já mostrámos noutros jogos, a diferença é que defrontámos uma equipa com muito potencial. O jogo foi madrasto para nós, tivemos o jogo controlado, as oportunidades foram divididas, é muito injusto para os meus jogadores.
Não estou preocupado [cinco jogos sem ganhar], sabemos o caminho que estamos a percorrer, a equipa está em crescendo e é muito jovem. O plantel sofreu uma reformulação muito grande e, neste momento, já está num nível que entendo que é animador.
É difícil de gerir este resultado no balneário. É muito difícil jogar como queremos, de forma ousada, sem ‘autocarros’, sem passar tempo, valorizando o espetáculo, é uma das minhas premissas e é isso que quero na minha carreira, jogar olhos nos olhos com toda a gente, quem ganha é o futebol.
Não me parece que o FC Porto fosse superior a nós, o resultado parece-me altamente exagerado e o empate era o mais justo.
Não estou satisfeito com a minha expulsão, tenho que assumir a minha responsabilidade, mas o futebol é um jogo de emoções e por vezes não temos a melhor postura. O Artur Soares Dias é um grande árbitro, tenho enorme respeito por ele, mas não fui mal-educado e espero que não me desiluda e coloque no relatório exatamente as minhas palavras”.
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Acreditar era o mínimo que podíamos fazer, houve esses dois momentos de inspiração dos jogadores, na semana passada foram outros, faz parte do que é a equipa. Houve outras situações para finalizar e marcar mais um ou outro golo, mas não fizemos uma boa primeira parte. Depois do nosso golo, tivemos uma dupla situação para fazer o 2-0, depois veio o penálti e o Gil Vicente merecia o empate nessa altura.
Na segunda parte, não houve história, tivemos a despesa do jogo para reagir a um resultado que não queríamos.
Não acho que devia ter feito essas alterações mais cedo [entrada de Sérgio Oliveira].
Há coisas que controlamos, a equipa que vai jogar, a forma como treinamos diariamente, a estratégia para o jogo. Não acredito que os jogadores pensassem no jogo que vamos ter na terça-feira [Liverpool, para a Liga dos Campeões]. Fui jogador e não entendo dessa forma. Houve algumas situações [que correram menos bem] na primeira parte, como por exemplo os centrais, e o Mbemba não pode jogar na terça-feira.
Houve um conjunto de situações que fizeram com que o jogo se tornasse difícil, nomeadamente a qualidade do Gil Vicente. Outro candidato ao título [Benfica] só marcou aqui nos últimos 10 minutos. As equipas técnicas estão muito bem apetrechadas, há bons jogadores do outro lado e os jogos não são nada fáceis. Houve mérito do Gil Vicente, que aproveitou alguma fragilidade nossa. A equipa não respeitou a sua essência, na primeira parte, com e sem bola, esteve algo anárquica em campo.
Não gosto de individualizar, o Sérgio tem tido um comportamento bom no seu trabalho diário, jogaram outros jogadores que deram uma boa resposta e é uma questão de competitividade dentro do plantel, quem eu achar que está melhor, joga.
[Titularidade de Corona] As opções que tomo são pensadas em função da estratégia para o jogo, do adversário e da nossa dinâmica. O Samuel Lino é mais um segundo avançado, é muito vertical, e achei que o Corona daria uma resposta mais adequada a esse ponto forte do Gil Vicente
[Mais pessoas nos estádios?] Mais importante que tudo é a saúde e a segurança das pessoas. Em alguns países, já foi aberto o acesso aos estádios a 100%, gosto de ver os estádios cheios, mas respeito a decisão da DGS”.