A assembleia de apuramento dos resultados autárquicos em Fafe determinou a atribuição de quatro mandatos no executivo municipal à candidatura independente “Fafe Sempre”, mais um que na contagem inicial, à custa do PSD/CDS, foi nesta quarta-feira revelado.
A alteração na configuração do futuro executivo foi anunciada em conferência de imprensa por representantes daquele movimento apoiado pela estrutura concelhia de Fafe, no distrito de Braga.
De acordo com os documentos divulgados aos jornalistas, incluindo a ata de apuramento geral, a eleição de mais um vereador pelos independentes, que foram a segunda força mais votada, atrás do PS, traduziu-se na perda de um mandato para a coligação PSD/CDS, que assim ficará com um representante na autarquia. Face aos resultados apurados no domingo, o FS teve mais seis votos (total de 11.847) e a coligação PSD/CDS menos 10 (total de 5.915).
As eleições autárquicas em Fafe ficaram marcadas pela divisão do PS, depois de a direção nacional ter imposto a recandidatura do presidente da câmara, Raul Cunha, contra a vontade da concelhia, que indicara meses antes Antero Barbosa como candidato.
Às urnas foram a lista oficial do PS, com Raul Cunha, e a independente constituída por muitos militantes socialistas, designada “Fafe Sempre” (FS), encabeçada por Antero Barbosa, para além das candidaturas de outros partidos.
Após a assembleia de apuramento geral, realizada na terça-feira, e a nova correlação de forças, não há influência na governabilidade do executivo de Fafe composto por nove elementos, porque o PS, com quatro mandatos, partido mais votado e que assumirá a liderança da autarquia, não alcançou a maioria absoluta. A oposição contará com cinco eleitos, repartidos pelos independentes (quatro assentos) e pelo PSD/CDS (um assento).
À Lusa, o cabeça de lista do movimento FS e antigo vice-presidente da Câmara, Antero Barbosa, disse que aquela força não está disponível para assumir qualquer pelouro no executivo, prometendo que os quatro vereadores assumirão uma “oposição responsável”.
Prometeu também que o movimento vai manter-se vivo ao longo do mandato, apesar de ainda não estar decidido a forma de o organizar.
“Não acaba aqui este nosso envolvimento de Fafe e dos fafenses”, afirmou.
A assembleia de apuramento geral dos resultados autárquicos também confirmou que o grupo FS, cuja lista era liderada pelo presidente da concelhia de Fafe do PS e ex-presidente da Câmara, José Ribeiro, foi o mais votado nas eleições para a assembleia municipal, garantindo 11 mandatos, tantos como o PS.
José Ribeiro avançou hoje que será candidato à presidência daquele órgão autárquico, quando for eleita, por voto secreto, a constituição da mesa, o que habitualmente ocorre na primeira sessão do mandato. Os cinco eleitos da coligação PSD/CDS poderão assumir-se como o fiel da balança, havendo ainda que contar com os votos dos 25 presidentes de junta que têm assento por inerência no órgão. O PS elegeu 10, o FS ganhou em seis, o PSD vai liderar uma, e outras listas independentes foram as mais votadas nas restantes 10 freguesias.
José Ribeiro congratulou-se hoje por terem sido resolvidas “com bom senso”, no apuramento geral, “algumas irregularidades” que tinham sido detetadas.