O ex-presidente da Câmara de Braga Mesquita Machado (PS) não vai receber o Grau de Honra das mãos do atual detentor do cargo, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM), que alega “falta de consenso” e “feridas abertas” na sociedade local.
Na próxima reunião do executivo camarário, a realizar na segunda-feira, serão votados os bracarenses a homenagear em 05 de dezembro, dia de S. Geraldo, padroeiro da cidade, e o nome do socialista que geriu os destinos do município durante 37 anos não consta da lista, ao contrário do que tinham proposto os vereadores do PS.
O atual autarca de Braga garantiu que a referida lista é “homogénea e eclética” do “ponto de vista político”, mas alegando que ainda não é tempo para “julgar” o legado de Mesquita Machado.
“A justiça em torno do reconhecimento [de Mesquita Machado] é ainda precoce para se poder fazer”, considerou Ricardo Rio.
“Estas distinções devem reunir e suscitar consensos e aquilo que é sensível é que há quem defenda entusiasticamente esse reconhecimento, mas há também os que estão muito contra essa mesma distinção. Há ainda feridas abertas e não deve ser feita num clima de conflito”, disse Ricardo Rio, justificando assim o facto da maioria PSD/CDS-PP/PPM no executivo não aceitar a proposta feita pelo PS.
O autarca, no entanto, não põe de lado a hipótese de Mesquita Machado vir a receber alguma distinção no futuro. “Não digo de forma taxativa que não se possa realizar essa homenagem, mas ainda não é tempo”, disse.
Do lado socialista, o presidente da concelhia do PS/Braga, Artur Feio, em comunicado, apontou 12 razões pelas quais Mesquita Machado merece ser distinguido.
“A criação do Parque de Exposições de Braga, a fundação dos Transportes Urbanos a delegação pioneira de competências da Câmara Municipal nas juntas de freguesia, a criação da primeira Escola de Educação Rodoviária, o apoio pioneiro – copiado por muitos outros municípios – ao arrendamento, o cuidado de promover um crescimento homogéneo de todo o território”, enumerou.
“A rede de saneamento e de abastecimento de água a todo o concelho de Braga em 2009, a criação de estruturas de apoio ao desporto e atividades de lazer, a criação de espaços para a atividade cultural, a requalificação de escolas do ensino básico, a proximidade e participação na vida de coletividades representativas de Braga, a requalificação das margens do Este e da margem esquerda do Cávado e a ligação entre o parque da Ponte renovado e o Monte Picoto requalificado”, continuou.
Artur Feio reconhece que “nem tudo foi, obviamente, bem feito” mas, salientou, “só quem não faz, só quem não decide, só quem não arrisca é que não erra”, deixando críticas ao atual autarca.
“Ricardo Rio, por outro lado, se continuar no mesmo caminho destes primeiros três anos, pleno de festas, arraiais e folclore mediático, sem que se lhe conheça uma ideia inovadora, visionária e estruturante para Braga, talvez possa mesmo vir a ser conhecido como o presidente que não erra. Mas ficará também certamente conhecido como o presidente que nada fez, nada faz e que nada de verdadeiramente importante deixará de legado a Braga e aos bracarenses”, termina o texto.
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