Ex-GNR que atingiu irmão a tiro em Barcelos é o “Avô Manel” que pintou árvores com saudades dos netos

Manuel Dias foi imediatamente detido
As pichagens feitas pelo “Avô Manel” e o momento da detenção. Fotos: Pedro Luís Silva e O MINHO

O ex-GNR que ontem atingiu a tiro o irmão, devido a desavenças por causa de partilhas, em Barcelos, é José Manuel Dias, que em 2022 ficou conhecido como “Avô Manel”, após pintar árvores e paredes para saudar os netos que afirmava não ver há seis anos.

Como O MINHO noticiou ontem em primeira mão, o ex-GNR baleou o irmão no largo dos Combatentes do Ultramar, em Arcozelo, Barcelos, onde vivem.

Os dois irmãos já estão desavindos há muito tempo, alegadamente, por causa de partilhas.

Vivem no mesmo prédio, propriedade da família e, por desentendimentos em relação ao pagamento de rendas, envolveram-se, na tarde de quinta-feira, numa discussão.

O ex-militar da GNR atingiu o outro com dois tiros, num pé e numa perna.

A vítima foi transportada para o hospital local, pelos Bombeiros de Barcelos, com ferimentos ligeiros.

O agressor foi de imediato detido pela PSP e o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária de Braga.

Ao que O MINHO apurou junto de várias fontes, o agressor é José Manuel Dias que, no verão de 2022, ficou célebre por pichar árvores e paredes ao longo da Estrada Nacional 103, que liga Barcelos Viana do Castelo, com as frases “Afonso / Miguel / Abraço / Avô Manel” ou apenas “Afonso / Miguel / Abraço”.

O “Avô Manel”, como ficaria conhecido, alegava não ver os netos, que viviam na Suíça, há cerca de seis anos, devido a um desentendimento com o seu filho, pai dos meninos. Sabendo que, naquela altura, estariam de férias por cá decidiu escrever aquela mensagem em vários locais para os netos a verem e lembrarem-se dele.

José Manuel Dias contou a sua história, em entrevista à Rádio Barcelos, na qual salientou a vontade de dar “um abraço” aos seus netos.

A história sensibilizou muita gente, mas os pais dos meninos haveriam de dar a sua versão dos factos e garantir que os estes não estavam impedidos, simplesmente não queriam ver o avô.

“Ações deste senhor em Portugal e cá (a que os miúdos assistiram) fizeram com que os netos tivessem este tipo de reação. Nós, como pais, temos de aceitar”, explicaram na altura.

José Manuel Dias pernoitou nas instalações da Polícia Judiciária de Braga e deverá ser hoje presente a juiz no Tribunal de Guimarães para aplicação das medidas de coação.

Com Joaquim Gomes

 
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