Com a chegada da nave Odysseus à Lua, no passado dia 22 de fevereiro, outro acontecimento de registo aconteceu em simultâneo, uma vez que o aparelho carrega consigo um disco rígido que contém a Livraria Lunar, cerca de 30 milhões de páginas de notas, livros, guias, e tudo mais que possa ser escrito. Um dos escritores agora imortalizados fora do nosso planeta é Camilo Castelo Branco.
Segundo a Arch Mission Fundation, cujo objetivo é assegurar que toda a herança cultural e conhecimento prevaleça num arquivo o mais indestrutível possível, foram conjugados esforços de mais de 1.000 pessoas que contribuíram com apoio e dinheiro para levar a cabo este projeto.
“A Livraria Lunar contém um arquivo do conhecimento humano que ficará para sempre intocável na Lua. Pela primeira vez, podemos garantir que todas as conquistas da humanidade, literatura, línguas, ciências, artes, música, filmes, filosofias e religiões, e muito mais, vão persistir, independentemente do que possa vir a acontecer ao planeta Terra”, diz a fundação no seu ‘site’.
Segundo o professor Rodrigo Tavares, através de um artigo de opinião no semanário Expresso, além do poeta que viveu em Famalicão foram ainda enviadas obras de Eça de Queirós, Antero de Quental, Alberto Pimentel, Ramalho Ortigão, Alexandre Herculano e um poema e uma peça de teatro de Fernando Pessoa.
Além da literatura, o disco leva ainda uma cópia integral da wikipedia com mais de seis milhões de artigos, um arquivo com 7 mil línguas que se falam no planeta Terra e 10 mil apresentações vocais.
Como O MINHO noticiou, o Odysseus pousou na passada semana na cratera Malpert A, a cerca de 300 quilómetros do polo sul lunar, onde permaneceu aproximadamente sete dias até ‘cair a noite’ nesta região e a máquina ficar inoperacional.
O módulo, que transporta sobretudo experiências da NASA, chegou à superfície lunar sete dias depois de ter descolado do Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, na Florida (sudeste), impulsionado por um foguete SpaceX Falcon 9.