A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins lamentou, hoje, em Braga, que o distrito de Braga, “com tanta população e tanta dela jovem, tenha, em termos de transportes públicos, uma vergonhosa dificuldade em se circular entre freguesias e entre os vários concelhos”.
“ O direito a transportes públicos de qualidade não pode ser um exclusivo das áreas metropolitanas, e mesmo nestas não serve toda a população, tem de ser de todo o país”, disse, sustentando que “nada justifica que, enquanto alguns se enchem com milhões, não haja dinheiro para investir onde é preciso, para aliviar a bolsa de quem trabalha e fazer a diferença pelo clima”.
A dirigente partidária falava no Mercado Municipal local, no quadro de um Roteiro para a Justiça Climática que o BE vai desenvolver em todo o país. A iniciativa prosseguiu, depois, com um almoço na praia fluvial de Merelim.
Por se encontrar no Mercado, Catarina Martins lembrou que “Braga tem o privilégio de ter carne que vem da Galiza e da experiência ambiental da cidade de Pontevedra uma cidade sem carros na sua zona central, o que já lhe proporcionou um aumento do comércio local e da qualidade de vida dos habitantes, e onde não há acidentes rodoviários em que morrem pessoas, o que é um drama em Portugal”.
Aeroporto é “vergonha”
De seguida, Catarina Martins apelidou de “absoluta vergonha”, o “jogo de interesses PS/PSD para entregar o negócio milionário do novo aeroporto à multinacional francesa Vinci, a mesma empresa a quem entregaram a gestão dos aeroportos do país”.
“António Costa quer é fazer um acordo de Bloco Central com Luís Montenegro sobre o aeroporto no Montijo que vai dar muito dinheiro à Vinci mas vai matar muitas espécies animais e atacar todo um ecossistema”, afirmou.
Na sua alocução, vincou, também, que “ainda ninguém percebeu a trapalhada no Governo” sobre o assunto, mas toda a gente percebeu ontem que o novo líder do PSD Luís Montenegro “não tem nenhuma proposta para o país, e em particular no caso do aeroporto, porque o PS está a fazer o que o PSD faria e quer fazer”.
“O que há é um acordo de cavalheiros para deixar um aeroporto – uma infraestrutura tão cara e importante – no meio de Lisboa e fazer outro no meio do Tejo. Isto com os cientistas a avisarem que o do Montijo ficará, dentro de alguns anos, completamente inundado devido à subida do nível das águas”, acentuou.