Um vison-americano (Neovison vison) foi avistado no rio Vizela, nesta quarta-feira, no concelho de Fafe. Segundo o fotojornalista Ivo Borges, colaborador de O MINHO que captou as imagens ao final da tarde, o animal “bastante esguio” encontrava-se em busca de alimento. “Super ágil, tanto dentro como fora de água”, acrescentou.
O vison-americano, neovison vison, é um mamífero da família mustelidae e está relacionado com doninhas e lontras.
A moda acabou por ser a razão de ter ‘viajado’ do continente norte-americano para o europeu, onde é considerada uma espécie invasora.
“Foi introduzida na Europa para criação em quintas para o comércio de peles. No entanto, quer por fugas de animais a partir destas quintas, quer pela sua libertação deliberada e ilegal por parte dos proprietários das quintas, quando a atividade deixa de ser rentável, ou por grupos de defesa dos direitos animais, estabeleceram-se populações em grande parte da Europa”, pode ler-se na tese de mestrado em Biologia da Conservação de Ana Duarte.
“Em Portugal, o vison-americano foi introduzido na década de 80, sendo provavelmente proveniente de quintas de criação localizadas na região da Galiza, existindo apenas uma quinta de criação em Portugal, na cidade de Valença do Minho”, refere o mesmo estudo, que alerta que o vison-americano “pode ainda vir a afetar negativamente as populações de rato-de-água (Arvicola sapidus) e as populações de anfíbios já de si debilitadas”.
“Atualmente, a introdução de espécies exóticas é considerada uma das principais ameaças à diversidade biológica”, sublinha a tese de Ana Duarte.
De acordo com a bióloga Joana Soto, ouvida pela Jornal de Barcelos a propósito dos avistamentos destes animais no rio Cávado, o vison-americano representa uma “ameaça” para as espécies nativas, mas o seu impacto neste território ainda carece de estudos.
Joana Soto refere que o maior perigo que o animal representa é comer ovos das aves que habitam as margens do rio e fazem ninhos no solo, salientando que é uma espécie muito recente em Portugal e que “ainda se está a adaptar ao habitat”.