A Câmara de Braga está a trabalhar para “alterar a tendência observada de prevalência e domínio do automóvel em desfavor de outros modos mais sustentáveis”.
A vereadora que tutela o espaço público, Olga Pereira revelou que, “para essa alteração modal muito contribuirá o serviço de Bus Rapid Transit (BRT), e também porque, através de 4 parques periféricos, será possível reduzir o número de veículos automóveis no centro urbano e consequentemente no Nó de Infias”.
A autarca disse a O MINHO, no final da sua participação na apresentação do projeto de requalificação do Nó de Ínfias, que, “os TUB, a nossa empresa municipal de transportes urbanos, estão a realizar um trabalho notável de qualificação do serviço prestado”.
E especificou: “Nos últimos anos implementamos alterações de linhas, reorganizamos a bilhética em benefício do utilizador e estamos a renovar a frota. De uma idade média de 19 anos em 2020, a frota é hoje de 15 anos. Uma renovação que também contribui para a descarbonização, porque a frota conta com 13 elétricos e 25 viaturas a gás natural”.
30 autocarros elétricos
E acrescentou: “Recentemente, os TUB saíram vencedores de mais uma candidatura para adquirir mais 30 viaturas elétricas”.
E, disse, ainda, “para que se compreenda a dimensão do nosso investimento, importa dizer que, nos últimos oito anos os Transportes Urbanos investiram, só na renovação da frota de pesados de passageiros, mais de 14 milhões de euros e vão investir, este ano e em 2023, mais 15,7 milhões”.
Olga Pereira sublinhou, a propósito que, “na Mobilidade, como nas outras áreas, sabemos que somos mais capazes quando colaboramos em redes nacionais e internacionais. E são muitos os projetos que na CIM-Cávado, no Quadrilátero Urbano ou com parceiros europeus nos associamos a outros municípios e parceiros em projetos vários e com diferentes níveis de maturidade”.
Bilhética no Quadrilátero
Partindo desta visão, – observou – “Braga está comprometida com o projeto de Integração Bilhética que o Quadrilátero Urbano candidatou ao Portugal 2020 e que está em plena fase de implementação”.
O projeto – explicou – tem como objetivo o de desenvolver e implementar um sistema de bilhética integrada, nos municípios do Quadrilátero Urbano e em todo o território das CIM do Ave e do Cávado, podendo ser estendido a todos os modos e operadores de transporte público coletivo de passageiros (rodoviários, mas também ferroviários)”.
Descarbonizar a cidade
Ainda ao nível do transporte público e da Mobilidade Escolar, a vereadora destaca o projeto SchoolBUS (premiado em 2019 com o Prémio UM Cidades) e que, sendo uma ação decorrente da candidatura de Braga (com o projeto BUILD – Braga Urban Inovattive Laboratory Demonstrator) ao Programa dos Laboratórios Vivos para a Descarbonização promovido pelo Fundo Ambiental, tem transportado gratuitamente, desde 2018, centenas de crianças a partir de interfaces localizados nas portas da cidade até às escolas localizadas no centro”.
E acentua, a propósito: “Com esta medida estamos a descarbonizar o centro urbano, conforme se tem constatado através dos inquéritos realizados à comunidade escolar e da monitorização de sensores ambientais aí localizados”.
22 kms de rede ciclável
A estas iniciativas acresce que, – afirma – “no âmbito das candidaturas ao Portugal 2020 apresentamos projetos que irão mudar o paradigma da Mobilidade em Braga, garantindo a promoção dos modos suaves.
Deste modo, para além da eliminação de barreiras arquitetónicas nos percursos pedonais, o Município está a implementar uma rede ciclável (coesa, legível, segura e confortável) garantindo, nos próximos 2 anos, uma extensão de cerca de 22 km de vias cicláveis segregadas (11 km em cada sentido) a interligar os principais polos geradores de mobilidade e as principais aglomerações populacionais”.