Em 2023, cada habitante de Esposende vai produzir 251 quilos de biorresíduos por ano e o melhor método para “evitar o envio para aterro” será a recolha porta a porta, aponta um estudo posto hoje em consulta pública.
O Estudo Municipal para o Desenvolvimento de Sistemas de Recolha de Biorresíduos de Esposende decorre da obrigatoriedade imposta pela União Europeia de, até dezembro de 2023, todos os estados membros assegurarem a separação e reciclagem na origem de biorresíduos.
O documento refere que será preciso um investimento de 702 mil euros para implementar, até 2023, aquele método de recolha, aliado à compostagem.
O trabalho defende que a meta de recolher, até 2030, “quase 60%” dos biorresíduos (resíduos de matéria orgânica, como alimentos, que podem ser decompostos por completo) é um “objetivo tão ambicioso quanto necessário à evolução para uma economia mais circular”.
A sensibilização é apontada como “uma peça importante da mudança necessária” nos hábitos de separação de lixo, pelo que o estudo prevê um investimento de 121 mil euros em ações de sensibilização.
“Após diálogo com técnicos e decisores do município e feita a simulação de vários cenários, a escolha recaiu no modelo de recolha seletiva porta a porta e compostagem”, lê-se no documento.
A mudança no método de recolha deverá ter “um elevado impacto”, passando a “população a ser mais responsabilizada”, o que vai permitir “alterar e consolidar comportamentos ambientalmente mais sustentáveis, mais conscientes, e mais importante ainda, será possível monitorizar e saber quem participa (separa os biorresíduos) de quem não separa”.
A recolha porta a porta permitirá “combater o desperdício pela maior consciencialização dos utilizadores do sistema”, combater o desperdício alimentar e a “utilização desenfreada dos contentores na via pública”.
O método de recolha porta a porta pressupõe “soluções mais eficientes de separação com mais adesão, maior quantidade e qualidade dos resíduos, uma integração mais fácil em zonas de moradias e consegue elevadas taxas de captura”.
A implementação passará pela distribuição de baldes e contentores pelas moradias e prédios, assim como nos estabelecimentos comerciais e “em caso de falta de espaço”, por força das circunstâncias, os contentores são colocados na via pública.
Deverá ser feito um reforço nos serviços de recolha seletiva de resíduos verdes e, “nas zonas dispersas, optar por soluções de recuperação e valorização na origem, como a compostagem doméstica e comunitária”.
O Estudo Municipal para o Desenvolvimento de Sistemas de Recolha de Biorresíduos de Esposende vai estar em consulta pública durante um período de 30 dias.