“Um f*** para todo o ‘hater’ que diz que eu já não sou Alto Minho”. Este é um dos raros momentos em que Chico da Tina, músico de Viana do Castelo, parece fugir à linha de apegos românticos que segue ao longo da sua nova mixtape (ou lovetape, como lhe chama).
“Chico & Tripsy” é um hino ao amor lançado como uma prenda neste 14 de fevereiro, não só para todos os namorados, mas também para solteiros, viúvos e divorciados (pode ouvir aqui).
Numa viagem sonora onde nos apresenta não só um novo parceiro de disco mas também vários outros ‘trapstars’ de outras partes do mundo, como da Alemanha ou do Brasil, como é o caso do músico Lil’Zé, de apenas 14 anos.
Como diria o injustiçado Wilson Simonal, uma lovetape com “musiquinhas para machucar os corações”.
Chico da Tina estreou-se com o EP “Trapalhadas” em 2019 e no mesmo ano lançou o primeiro longa-duração “Minho Trapstar”. Os seus vídeosclipes no YouTube contam com centenas de milhares de visualizações, que fazem dele um dos maiores sucessos da música emergente.
O músico minhoto ganhou maior visibilidade após ganhar o Prémio de música realizado pelo festival Mimo de Amarante, em 2019.
Fortemente influenciado pelos sons e vivências do Minho, criou uma combinação inédita entre o trap (subgénero do rap), a concertina e as gírias regionais, unindo a tradição e a modernidade.
“É uma proposta meta-irónica do trap subvertido ao linguajar e costumes do universo minhoto. No entanto, para além desta colagem estética entre dois polos que à primeira vista poderiam ser opostos, há um atrevimento lírico que se pretende afirmar pelo desafio ao politicamente correto e aos limites da linguagem que ultimamente se têm vindo a estreitar”, refere a sua descrição na página do festival Mimo.