As escolas públicas reabriram no início desta semana. Os colégios reabriram no mês de setembro. Já creches e ATL’s, alguns, reabriram em agosto. Denominador comum: em todo o tipo de escola há alunos enviados para casa face a casos confirmados de covid-19. No entanto, nenhuma foi obrigada a fechar portas por não se terem confirmado surtos ativos.
Para o encerramento total de uma escola, seria necessário “situações muito extraordinárias” como no caso de existirem muitos casos de covid-19 dentro do estabelecimento e “uma propagação comunitária intensa”, disse, antes da reabertura das escolas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Colégios
Colégio João Paulo II
Em Braga, poucos dias depois de abrir as portas aos alunos, o Colégio João Paulo II colocou uma turma em quarentena depois de uma aluna ter testado positivo para a covid-19. A notícia foi avançada em primeira mão por O MINHO no passado dia 12 de setembro.
Ao que apurou o nosso jornal, a jovem em questão é a mesma que integra a Academia de Patinagem de Braga, que entretanto suspendeu temporariamente os treinos por precaução face ao contágio do novo coronavírus.
Turma de colégio em Braga de quarentena após caso positivo de covid-19
A jovem terá contraído o vírus SARS CoV-2 após contágio do pai, não estando, por isso, equacionada a hipótese de a infeção ter sido propagada no colégio ou na academia de patinagem, embora o treinador da atleta também tenha testado positivo.
No que diz respeito à turma do colégio, todos os alunos e professores que tiveram contacto com a adolescente passaram a estar submetidos a uma quarentena voluntária, não regressando à escola nos 14 dias que se seguiram.
Colégio Luso-Internacional de Braga
No dia 14 de setembro, foi a vez do Colégio Luso-Internacional de Braga (CLIB) anunciar novo caso de infeção. Um aluno do 10.º ano testou positivo ao novo coronavírus, o que levou a que toda a turma passasse a estar em quarentena e com aulas online.
Em declarações à Rádio Universitária do Minho, a diretora, Helena Pina Vaz, confirmou a notícia e a quarentena da turma, adiantando ainda que alguns pais impediram a ida dos filhos às aulas naquele colégio por receio de contágio.
Turma em quarentena após caso de covid-19 em colégio de Braga
A diretora apelou à serenidade e realçou que apenas os alunos da turma onde foi detetado o caso necessitam de quarentena, acrescentando que o “pânico” de alguns encarregados de educação dificulta o trabalho do colégio.
Escolas públicas
Esta semana deu-se a reabertura das escolas públicas. Com vários receios por entre os diretores, docentes, funcionários e encarregados de educação, a maioria dos alunos ficou feliz com este regresso, uma oportunidade para reencontrar colegas e brincar sem a vigilância dos pais. Mas a covid-19 não permite baixar as guardas.
EB1 de Gavião (Famalicão)
No passado dia 22 de setembro, um dia depois do regresso às aulas, a sala do quarto ano da EB1 de Gavião, em Famalicão, encerrou após um aluno ter testado positivo para a covid-19, confirmou O MINHO junto do presidente da junta.
Sala de escola primária em Famalicão fecha após criança testar positivo à covid-19
Cerca de 20 crianças daquela turma foram colocadas em quarentena, mas as restantes salas continuaram a funcionar normalmente.
EB 2/3 de Caldas das Taipas (Guimarães)
No passado dia 25 de setembro, uma turma do 9.º ano da EB 2/3 de Caldas das Taipas, em Guimarães, foi colocada em quarentena depois de um aluno ter testado positivo para o vírus.
Em declarações ao jornal Reflexo Digital, o diretor de Agrupamento de Escolas das Taipas, João Montes, informou que foi avisado pelas autoridades de saúde cerca das 00:00 horas de sexta-feira.
Turma em isolamento após aluno testar positivo em escola de Guimarães
A partir das 07:00 do mesmo dia, a direção da escola entrou em contacto com os encarregados de educação daquela turma para que não trouxessem os alunos para a escola. Foi-lhes pedido para exercerem vigilância ativa para com os alunos à procura de eventuais sintomas até ao próximo dia 02 de outubro, altura em que termina a quarentena obrigatória para esta turma.
Escola Básica António Feijó (Ponte de Lima)
No mesmo dia (sexta-feira), foi anunciado que um aluno do 8.º ano na Escola Básica António Feijó, em Ponte de Lima, testou positivo para o vírus SARS-CoV-2.
Em declarações à Rádio Alto Minho, o diretor do agrupamento, José António Silva, afirmou que o caso foi comunicado pelos pais na passada segunda-feira e, no dia seguinte, foram “afastados [da escola] alguns alunos que estiveram mais próximos e que o Delegado de Saúde entendeu”.
No total, 26 crianças foram ‘enviadas’ para quarentena obrigatória. “Estamos a aplicar o protocolo e falamos com a turma que está em aulas e não vemos necessidade de mais alunos irem para casa, mas decisão será do Delegado de Saúde”, acrescentou.
Escola Básica e Secundária de Infias (Vizela)
Um aluno da turma C do quinto ano do Agrupamento de Escolas de Infias, em Vizela, testou positivo para a covid-19, anunciou na sexta-feira a instituição escolar.
Toda a turma foi colocada em isolamento profilático, assim como três alunos de outra turma (A) do mesmo ano que contactaram diretamente com o aluno infetado.
De acordo com a diretora do agrupamento, Rosa Maria Carvalho, os restantes alunos e docentes da Escola Básica e Secundária de Infias vão estar submetidos a vigilância passiva, devendo continuar a ir às aulas caso não sintam sintomas.
Segundo a diretora, numa circular a que O MINHO teve acesso, a criança que testou positivo ao novo coronavírus frequentou o espaço escolar até ao passado dia 22 de setembro, altura em que recebeu o diagnóstico de infeção.
Aluno infetado em escola de Vizela e turma do quinto ano em quarentena
Segundo a autoridade de saúde do ACES Alto Ave, todos os alunos, docentes e funcionários da escola devem automonitorizar-se diariamente buscando sintomas compatíveis com o vírus SARS-CoV-2.
Estão ainda desaconselhados a frequentar locais com aglomeração de pessoas, mas devem manter a atividade laboral/estudantil desde que não apresentem sintomas e cumpram com as normas recomendadas de higienização, distanciamento e utilização de máscara.
Caso venham a sentir algum sintoma, devem autoisolar-se e contactar no imediato a SNS24.
ATL’s e Jardins de Infância
Os Jardins de infância e ATL’s também não escaparam à pandemia.
ATL de Barbudo (Vila Verde)
O serviço de Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF) da Junta de Freguesia de Vila Verde e Barbudo, que se encontrava em atividade, foi encerrado no passado dia 26 de agosto devido à confirmação de um caso positivo de covid-19 numa criança de cinco anos, disse a O MINHO fonte local da saúde.
A criança, uma menina, pertence a uma família que esteve na origem de um surto naquele concelho, associado a um restaurante, e que ainda permanece ativo, embora controlado e em decréscimo.
Ao que apurou o nosso jornal, a sala de atividades está inserida no Centro Escolar de Vila Verde, mas é da exclusividade da autarquia local. Frequentam aquele centro ocupacional “cerca de 12 crianças”, que ficaram isoladas.
ATL Vila Gerações (Arcos de Valdevez)
Em Arcos de Valdevez, 85 crianças da creche e do ATL Vila Gerações, da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, foram para casa depois de uma funcionária ter testado positivo para a covid-19.
Em declarações à agência Lusa, no passado dia 22 de setembro, o provedor Francisco Araújo, disse que o ATL já tinha sido fechado na semana anterior, mas a delegação de saúde local ordenou o encerramento da creche, como “medida preventiva”.
No total, 85 crianças ficaram em quarentena obrigatória em casa até ao próximo dia 30, data estipulada para reabertura daquelas valências.
“As crianças estão em casa. Não existem crianças com sintomas, nem familiares. Foi uma medida de precaução tomada pela delegada de saúde e bem, numa atitude preventiva”, disse à mesma fonte.
Jardim de Infância de Fradelos (Famalicão)
Uma criança que frequenta uma das turmas do Jardim de Infância de Sapugal, em Fradelos, concelho de Famalicão, testou positivo ao novo coronavírus no passado dia 18 de setembro, mas as autoridades de saúde decidiram fechar aquele espaço apenas na quarta-feira seguinte (dia 22).
A informação foi confirmada a O MINHO pelo presidente da Junta de Fradelos, Adelino Silva Costa, dando conta do encerramento das duas salas que a freguesia dispõe, frequentadas por “cerca de 50 crianças”.
O autarca não soube explicar o motivo da demora em encerrar o espaço, nem a ACES Alto Ave respondeu aos nossos pedidos de informação.
Famalicão: Criança testou positivo na sexta mas escola só fechou hoje. 50 crianças em casa
Adelino Costa acrescentou ainda que as turmas do 1.º ciclo, que funcionam no edifício ao lado, continuam a frequentar as aulas presenciais.
O agrupamento de escolas está a trabalhar em conjunto com a autoridade de saúde para proceder, caso necessário, a desinfeções e à testagem de outros alunos e funcionários, confirmou o autarca.
Uma escola só encerrará em “situações muito extraordinárias”
Uma escola só encerrará em “situações muito extraordinárias” como no caso de existirem muitos casos de covid-19 dentro do estabelecimento e “uma propagação comunitária intensa”, disse a diretora-geral da Saúde.
“O impacto de fechar uma escola é tão grande que tem que haver critérios, uniformização, ponderação, ver se todos os aspetos foram estudados e estão a ser bem aplicados, porque é uma decisão de uma grande responsabilidade e vamos tentar ser cirúrgicos no nosso procedimento”, disse Graça Freitas no passado dia 11, antes do regresso às aulas.
Explicou que será limitada uma turma, uma zona ou uma ala da escola, e “só em situações muito extraordinárias, com grande circulação dos casos de infetados dentro da escola e com uma propagação comunitária intensa é que é de ponderar o encerramento de uma escola”.
Covid-19: Uma escola só encerrará em “situações muito extraordinárias”
“Compreendo as preocupações que todos possam ter com aquilo que possam ser comportamentos menos adequados ao respeito pelas regras, mas também sei que podemos contar com a sociedade civil para alertar designadamente os mais novos, a comunidade escolar, os encarregados de educação quando as regras não forem respeitadas”, disse, por sua vez, Marta Temido, ministra da Saúde.
“Estou em crer que estamos num período de adaptação do funcionamento regular das escolas, e temos um quadro normativo que permite dar enquadramento aos riscos eventuais”, afirmou a ministra.
*Com Pedro Luís Silva, Luís Moreira e Lusa