A sociedade civil portuguesa está a organizar-se para adquirir material de proteção para os profissionais de saúde através do movimento SOS.COVID19 para conseguir a entrega de 20 mil máscaras reutilizáveis, 5 mil viseiras e 50 mil máscaras comuns.
Até esta sexta-feira a SOS.COVID19 já conseguiu angariar 40 mil euros, através de uma campanha de crowdfunding lançada há cerca de dois dias junto dos portugueses, pelo que já pode assegurar a entrega de 3.467 máscaras FFPP2 (máscaras reutilizáveis, com filtro), 3.466 viseiras e 9.630 máscaras não cirúrgicas aos Hospitais de S. João, de Sta. Maria e Garcia de Horta, com cujos responsáveis as organizadoras da SOS.COVID19 estão concertadas.
O movimento SOS.COVID19 prevê que o carregamento de equipamento de proteção individual chegue já na próxima semana
Em comunicado, o movimento explica que Portugal, bem como outros países da Europa, está com muita dificuldade em aceder a equipamento de proteção individual (EPI), nomeadamente máscaras P2, batas, viseiras e máscaras comuns.
Perante este contexto, um grupo de oito pessoas criou o SOS.COVID19, um movimento tem como único objetivo a angariação de fundos para aquisição destes materiais a partir de qualquer lugar do mundo onde estes se encontrem disponíveis.
O objetivo do SOS.COVID19 é atingir 200 mil euros para poder entregar 20 mil máscaras FFPP2, 5 mil viseiras, 50 mil máscaras comuns (não cirúrgicas) aos profissionais de saúde, numa encomenda proveniente do continente asiático. Os donativos podem ser feitos através de um endereço eletrónico.
“Não podíamos ficar insensíveis à situação da falta de material de proteção individual dos nossos profissionais de saúde. Já assistimos às situações de Itália e Espanha e queríamos, no que pudéssemos apoiar o SNS na luta contra a Covid-19”, refere em comunicado Mariana Roque do Vale, uma das promotoras da iniciativa.
Mariana Roque do Vale assegura que todos os valores angariados são destinados, exclusivamente, para a compra destes produtos e que as contas poderão ser devidamente analisadas por quem de direito.
Para o diretor clínico do Hospital Garcia de Horta, Nuno Marques, esta pandemia colocou o país e o Sistema Nacional de Saúde em ambiente de luta contra um vírus altamente contagioso e, nalguns casos, mortal.
“Em cenários de grande adversidade, todos os apoios são fundamentais e o material de proteção é essencial para que os profissionais de saúde não fiquem infetados e possam continuar a salvar vidas. Nesse sentido, esta é uma iniciativa muito bem-vinda”, refere em comunicado.
Também o diretor de Infecciologia do Hospital de São João do Porto, António Sarmento, referiu que “na situação atual todos compreendem a importância da ajuda de todos os Cidadãos”.
“Os equipamentos de proteção individual são fundamentais para que aqueles que tratam os doentes não adoeçam, podendo continuar a trabalhar e protegendo os doentes de que estão a cuidar”, frisou.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou, esta sexta-feira, o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
O número de mortos em Portugal subiu para seis.
Dos casos confirmados, 894 estão a recuperar em casa e 126 estão internados, 26 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinalava 7.732 casos suspeitos até quinta-feira, dos quais 850 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.