A Festa das Camélias de Celorico de Basto, de 2020, inspira-se nos 500 anos do foral do concelho, com atividades evocativas do período manuelino, destacando-se um desfile com mil figurantes trajados à época.
“O tema deste ano da nossa Festa Internacional das Camélias (17.ª edição) é muito especial, porque estamos a assinalar os nossos 500 anos”, assinalou, esta quinta-feira, o presidente da câmara, Joaquim Mota e Silva.
Um painel gigante com cerca de 15 metros de comprimento e quatro de largura, enfeitado com dois mil azulejos, pintados por crianças e jovens das escolas, constitui uma novidade este ano. A peça poderá ser apreciada junto ao antigo edifício dos Paços do Concelho.
À Lusa, o autarca disse que os preparativos para a “grande festa” começaram há vários meses, envolvendo centenas de pessoas, de todo o concelho minhoto, incluindo crianças e jovens das escolas e os idosos das instituições de solidariedade social.
Joaquim Mota e Silva reforçou que, como tem ocorrido nas edições anteriores, são aguardadas dezenas de milhares de pessoas nos três dias do evento, muitas das quais oriundas de localidades espanholas com as quais Celorico de Basto mantém, há vários anos, ligação no âmbito da tradição das camélias.
Das 50 mesas com decorações de camélias de vários tipos que podem ser vistas na festa, instaladas numa tenda gigante – uma das maiores atrações do evento – cerca de metade é oriunda de localidades do país vizinho, assinala a organização.
O desfile das camélias, no domingo à tarde, costuma ser outro ponto alto da festa, que vai decorrer de 13 a 15 de março. Naquele momento, cerca de mil pessoas, de várias gerações, evoluem pelas ruas da vila, com decorações inspiradas nas camélias e no foral. Este ano, os trajes serão inspirados no período manuelino e as vestes foram preparadas nos últimos meses pela comunidade concelhia.
“Esta não é uma festa da câmara, esta é uma festa de todo o concelho, é uma festa da comunidade, porque toda a gente participa”, vincou o presidente.
O autarca deixou mais exemplos do envolvimento da comunidade, nomeadamente as centenas de vasos que estão a ser preparados por crianças e jovens, num atelier de cerâmica, para decorar a vila, no âmbito de um projeto de combate ao insucesso escolar.
O município também distribuiu 2.000 pequenos arcos às crianças para que possam ser decorados com camélias, destinados a embelezar as ramadas do centro da vila, complementando a decoração das fachadas dos edifícios feita por moradores e comerciantes.
A batalha das flores, outro momento marcante do programa, que era uma tradição antiga recuperada recentemente pela organização, vai ter este ano ainda mais camélias” para as crianças lançar umas às outras.
Por outro lado, os idosos do projeto “Celorico a mexer” têm sido convidados a preparar 5.000 pequenas camélias, em tecido, que são depois oferecidas aos visitantes e nas promoções ao evento que a edilidade tem promovido em Portugal e Espanha.
Joaquim Mota e Silva destacou, por outro lado, a importância que o evento já representa na economia do concelho, por atrair muitas pessoas, não só nos dias da festa, como ao longo de todo o ano.
No sábado e no domingo haverá visitas guiadas a palacetes do concelho com jardins centenários de camélias.
Desfiles de moda, murais e espantalhos inspirados naquelas flores e no foral são outros motivos de interesse da festa, numa vila que, naqueles três dias, se veste de camélias de todas as cores e feitios, como destaca a organização.