É conhecido como o “processo do Facebook”. Mas devia ser, mais apropriadamente apelidado de processo do Messenger. Este caso, do foro militar, levou esta manhã a Polícia Judiciária de Braga a fazer buscas ao posto da GNR da Póvoa de Lanhoso, vistoriando, nomeadamente, os computadores.
Fonte ligada ao processo disse a O MINHO que se suspeita que se prendam com um inquérito sobre alegada violação de correspondência do chat do Messenger do Facebook.
A mesma fonte sublinhou que em causa estará uma intrusão informática nas conversas mantidas no Messenger entre militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) com críticas ao trabalho profissional do capitão Lopes. As conversas terão sido, depois, indevidamente impressas.
Contactado a propósito, o coordenador no Norte da Associação Profissional da Guarda, Paulo Pinto confirmou as buscas policiais, mas disse desconhecer o motivo. Sobre a possibilidade de abranger o chamado “Processo do Facebook” frisou que se sabe quem foi o autor da violação da correspondência informática, e disse ser “uma vergonha” que o Comando Nacional da Guarda não demita todos os implicados no alegado crime.
No Messenger, os militares do NIC trocaram mensagens com críticas ao trabalho profissional do Capitão, mas sem o atingir em termos pessoais. As mensagens foram vasculhadas por membros da Guarda e deram origem a uma queixa por “insubordinação” em Tribunal Militar. Esta veio a ser arquivada e o juiz militar enviou o caso para o Ministério Público dos tribunais comuns, que abriu o presente inquérito.
Pelo meio, vários militares do NIC de Póvoa de Lanhoso, que Paulo Pinto classifica como “extremamente competentes” foram afastados “sem motivos reais para tal”. O NIC foi responsável, entre muitos outros processos, pela investigação a dezenas de furtos de cobre na região do Minho e que acabou com a condenação dos seus autores.