Não assume os compromissos. É esta a conclusão a que chegou o Theatro Circo de Braga que exige 16 mil euros, no Tribunal Cível, à Câmara Municipal de Coimbra alegando que esta não pagou metade do “cachet” da vinda a Portugal da cantora franco-israelita Yael Naim.
A administradora da empresa municipal bracarense, Claúdia Leite disse a O MINHO que tinha ficado combinado com os responsáveis do Convento de São Francisco – a instituição de espetáculos congénere da cidade do Mondego – que os encargos seriam “a meias”, atuando a artista a 27 de janeiro de 2017, em Coimbra, e, no dia seguinte, em Braga.
A responsável adianta que, e como já tinha sucedido com a vinda de uma companhia de dança chinesa às duas cidades, seria o Theatro, por razões de “facilidade burocrática”, a pagar a despesa, ficando o Convento de assumir a sua metade.
Uma semana antes da data agendada, o Convento – acrescenta – pediu ao Theatro que o concerto fosse adiado: “a cantora respondeu-me que tal não era possível porque era a sua última digressão, já que estava com gravidez adiantada. E não quis cancelar o contrato para os dois espetáculos que estavam já anunciados nos media e nas redes sociais”.
Yael Naim, nascida em Marrocos, autora do hit “New Soul”, atuou em Braga, como previsto. De seguida, e “nos termos acordados”, o Theatro bracarense pediu ao Município de Coimbra que assumisse a sua parte, nunca tendo conseguido falar com o seu Presidente, nem obtido resposta aos e-mail’s e ofícios que entretanto enviou.
“Não entendo este comportamento atendendo a que somos duas entidades que prestam serviço público e têm os correspondentes deveres”, lamenta.
O MINHO contactou, várias vezes, a Câmara de Coimbra mas constatou que esta não se quer pronunciar. O Tribunal vai, agora, como é regra em casos semelhantes, marcar uma audiência prévia para tentar que as partes se entendam.