Mais de três centenas de paroquianos de Darque estieram reunidos, esta sexta-feira à noite, num jantar de apoio ao pároco daquela freguesia de Viana do Castelo que tem sido alvo de contestação.
“Estão reunidas mais de três centenas de paroquianos e colegas do clero, que desta forma prestam a sua solidariedade e homenagem ao seu pároco Padre Manuel Pinto. O número de participantes no jantar superou, largamente as nossas expectativas”, afirmou à Lusa a porta-voz do movimento de apoio ao padre, Helena Marques.
Segundo Helena Marques, que é também membro da Assembleia de Freguesia de Darque, eleita pelo PSD, “a ideia de realização do jantar de apoio ao padre Manuel Pinto partiu de um grupo de paroquianos que pretende, desta forma, demonstrar, que está, totalmente, a favor da continuidade do pároco” naquela freguesia da margem esquerda do rio Lima.
“Estamos, totalmente, a favor da continuidade do pároco Manuel Pinto por toda a obra que tem desenvolvido na paróquia de Darque e, por todo o apoio espiritual e religioso, que tem dado à comunidade”, sustentou a responsável, ex – vereadora do PSD na Câmara de Viana do Castelo.
No domingo passado, um grupo de jovens de Darque, em Viana do Castelo, anunciou ter pedido uma audiência ao bispo da diocese de Viana do Castelo para exigir o afastamento do pároco local, que acusam de tomar “atitudes indignas”.
“Queremos reunir com o senhor bispo para lhe pedir o afastamento do padre de Darque, que toma atitudes que não são dignas de um pároco. Queremos um novo padre, porque em Darque o descontentamento é geral”, disse, na altura, à agência Lusa Mário Miguel, da direção do grupo Sagitta Darque.
Segundo Mário Miguel o pedido de audiência enviado a Anacleto Oliveira surge na sequência da “suspensão”, da atividade que o grupo de jovens católicos realiza quinzenalmente na celebração dominical.
Na altura, acrescentou ter conhecimento “de uma manifestação silenciosa que estava a ser convocada para o próximo domingo, em frente à igreja paroquial da freguesia para demonstrar o descontentamento da população pelas atitudes lamentáveis do pároco”.
Para o padre Manuel Pinto trata-se de “um grupo residual no meio da comunidade paroquial”.
“A vida da comunidade paroquial tem decorrido dentro da normalidade. Nenhuma celebração deixou de se fazer. Tudo corre dentro da normalidade. Essas pessoas, em vez de esclarecem pessoalmente têm-no feito nas redes sociais, tecendo considerações caluniosas e insultos”, afirmou, quando confrontado pela Lusa.
No início de março, um grupo de cidadãos lançou uma petição pública na internet a pedir o afastamento do pároco face às “inúmeras atitudes lamentáveis para com a população” daquela freguesia da margem esquerda do rio Lima.
A petição, assinada por mais de 275 pessoas, destaca “a indignação perante tanta falta de humildade, cidadania e caráter” do pároco de 40 anos, nomeado para aquela freguesia em julho de 2015, tendo assumido o cargo no final do verão desse ano.
“Não foi isto que Deus nos ensinou”, diz o documento intitulado “Queremos outro pároco na freguesia de Darque”, com mais de 7.800 habitantes, acrescentando que “cada vez mais os darquenses se afastam da casa de Deus”.
A petição foi lançada na sequência de um caso registado no final de fevereiro. Numa denúncia pública feita através das redes sociais, um jovem da freguesia lamentou o facto de o pároco ter realizado, conjuntamente, a missa do sétimo dia do falecimento do pai e as celebrações dos 25 anos de casamento de um casal da freguesia, sem que, em ambos os casos, os paroquianos tenham sido informados previamente da situação.