Viana do Castelo: Nem a chuva pára os polícias em vigília

Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Os profissionais da PSP, GNR e Guardas Prisionais continuam hoje em vigília em frente à Câmara Municipal de Viana do Castelo. No segundo dia do protesto em Viana, estão presentes mais de 100 agentes.

Em Viana, a vigília teve início na noite de terça-feira, após ter sido criado um movimento em Lisboa e que, na segunda-feira, também chegou a Braga.

O protesto começou em Lisbo na noite de domingo, após um vídeo do agente Pedro Costa, do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (COMETLIS), com vigília na Assembleia da República e estendeu-se, esta segunda-feira, frente à Câmara Municipal do Porto.

O vídeo que serviu de rastilho

Pedro Costa, de 32 anos de idade, com cinco anos de serviço no Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (COMETLIS), fez um vídeo, expondo a situação dos polícias, que chegou a milhares de profissionais da PSP, GNR e Corpo da Guarda Prisional.

Vídeo: DR

Aquele agente da PSP afirmou ser, assim como os seus camaradas, “um escravo do trabalho e mal pago, entre o nosso serviço normal e serviços remunerados os políticos têm de perceber que temos um problema grande, que são os nossos vencimentos”.

“Temos sido negligenciados e não há vontade dos nossos políticos para alterar a situação, considerando igualmente que os profissionais das forças de segurança neste ano continuarão com os vencimentos ‘low-cost’”, o que lamentou durante o vídeo.

“Podemos manter a mesma estratégia, de comunicados e frases bonitas, mas vamos sempre colher os mesmo frutos”, refere o mesmo polícia, que enaltece o papel de todos os sindicatos, mas entendeu que devia dar um passo em frente com a sua vigília.

“Ou mostramos descontentamento pelos nossos salários indignos e injustos, o que podemos fazê-lo de uma forma abrutalhada, faltando e paralisando o serviço”, refere, interrogando-se se “não será esta a única solução para que finalmente nos ouçam?”.

O movimento inorgânico que partiu do jovem agente policial, Pedro Costa, teve como gota que fez transbordar a taça o facto do subsídio de risco ter sido atribuído recentemente aos elementos da Polícia Judiciária, mas não a mais nenhuma força policial.

Sem colocar o merecimento daquele subsídio para os profissionais da PJ, o agente Pedro Costa entendeu ser hora de denunciar o facto de os agentes da PSP, os militares da GNR e do Corpo da Guarda Prisional também o merecerem e dele necessitarem.

A forma sistemática como aquele agente da PSP de Lisboa elaborou mapas comparativos dos vencimentos das diversas forças de segurança e o modo como se dirigiu aos seus camaradas originou uma onda de vigílias em todo o país, para além de Lisboa.

*com Joaquim Gomes

 
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