O presidente do Chega, André Ventura, afirmou esta noite que as próximas autárquicas serão uma “prova de fogo” e que o partido tem a “obrigação de ganhar” em várias autarquias e freguesias, incluíndo no distrito de Braga, onde espera “ver cair” que o “Chega venceu esta câmara, aquela câmara, esta junta, aquela junta”.
O Chega venceu em cinco juntas de freguesia no distrito de Braga nas últimas eleições legislativas.
Ventura quer que a “onda que varreu o país nas últimas legislativas tem que ser a onda que vai varrer o país nas próximas autárquicas” com a “vitória do Chega” em várias autarquias.
Insistiu que o seu partido vai vencer legislativas no futuro, mas antes terá que passar pelas eleições autárquicas – que caracterizou como uma “prova de fogo à portuguesa” – nas quais o Chega tem a “obrigação de ganhar em tantas câmaras e juntas”, embora sublinhe que “não é o número” de vitórias autárquicas que importa.
“Quando começarmos a ganhar e a ver cair no Algarve, no Alentejo, em Lisboa, no Porto, em Braga, na Madeira, nos Açores, em Bragança, em Leiria, em Viseu. Quando começarmos a ver ‘Chega venceu esta câmara, Chega venceu aquela câmara, Chega venceu esta junta, chega venceu aquela junta’ (…) será para trabalhar, para mostrar uma coisa diferente ao país “, acrescentou.
Resultados do Chega no distrito de Braga
O Chega foi o terceiro partido mais votado no distrito, com 21,99% (119.917 votos), abaixo de PS (23,02%) e da AD (36,34%).
O partido de André Ventura não ganhou em nenhum concelho a nível municipal, mas venceu em cinco juntas de freguesia: Cabanelas (Vila Verde), Pedralva (Braga), UF Tagilde e Vizela (Vizela), Bico (Amares) e Lago (também em Amares).
A AD venceu na globalidade em todos os concelhos com exceção de Vizela, onde ganhou o PS.
“Governo-sombra”
Sobre o que tem apelidado de um “governo-sombra”, André Ventura referiu que os membros desse conjunto “não serão todos do Chega” e que serão “os melhores” mesmo que “tenham dito mal” do Chega ou de si.
O líder do Chega afirmou que esta escolha revela a “superioridade de um partido que mete o interesse nacional acima do seu pequeno interesse partidário”, acrescentando que “na curva da história tem que ser só e só por Portugal”.
“É a nossa hora. Estamos, como diziam os antigos, mesmo às portas da cidade. Eles já ouvem os tambores. Cá fora ergue-se e junta-se uma multidão de homens e mulheres prontos a entrar na cidade ao primeiro sinal. Não se juntam com violência, não se juntam com ressentimento nem com sede de vingança. (…) Juntam-se porque agora já não têm as amarras de ninguém. Juntam-se porque se sentem livres pela primeira vez”, acrescentou.
Triunfar “não é obsessão”
Ventura disse que a vontade de “triunfar” não é “nenhuma obsessão” nem um “desígnio providencial”, mas sim a “vontade trabalhada de todos os dias com uma fúria enorme de querer corresponder e que gostava de ver transformada no partido nos próximos tempos”.
Em relação ao resultado das legislativas de 18 de maio, Ventura disse que “o que aconteceu em Portugal não é comparável a nenhum outro país da Europa” e do mundo, e rejeitou que não houve nenhuma “brasileirização” nem “americanização” da política portuguesa e que isso seria “menorizar o que está a acontecer” no país.
“Ninguém saiu de casa para votar no dia 18 ou no dia 28 a pensar no Brasil, na América ou na Europa. As pessoas que saíram de casa no dia 18 e que nos deram o resultado do dia 28 disseram isto: o povo português não precisa de lições de ninguém. Acordou por si, vencerá por si e transformará por si a vontade da Europa e do mundo. Nunca precisamos de ninguém. Nunca precisamos do exemplo de ninguém”, atirou.
O presidente do Chega agradeceu ainda o apoio dos “parceiros europeus” do Chega e disse que chegou a hora de o país deixar de ser um “recetáculo do que aconteceu no mundo” e passar a ser “o farol da Europa e do mundo”.
Com Lusa.
Notícia atualizada às 08h12 para corrigir o número de freguesias onde o Chega venceu nas legislativas de 2025.