Declarações após o Vitória SC–Rio Ave (0-0), jogo da 15.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
Moreno (treinador do Vitória SC): “Foi um jogo equilibrado, com alguma superioridade nossa na posse de bola, no que foi jogado no meio-campo ofensivo. Não criámos situações nítidas, mas as que houve foram nossas. Ao início, tivemos algumas dificuldades em ‘encaixar’ no Rio Ave, mas, com alguns ajustes, organizámo-nos melhor.
Tivemos algumas saídas em que poderíamos ter finalizado. Na segunda parte, o Rio Ave jogou sempre em transição, sem criar finalizações. Não tivemos muita chegada à área, mas também não tivemos muitos remates. Temos de identificar os atuais problemas. Não estamos a conseguir finalizar. Falta-nos fazer golos. Se tivéssemos marcado um, talvez todos falássemos que [a vitória] seria um resultado justo.
Se não acreditar [que podemos dar a volta e vencer em Braga, para a Taça de Portugal], não sou a pessoa certa para este lugar neste momento. Preocupava-me mais se não tivéssemos o volume de jogo que temos e o critério que temos. Nalgumas situações não marcámos por mérito do adversário que defende. Noutras, porque temos de fazer melhor. Só consigo encontrar um caminho: dar conforto aos atletas. Se deixar dúvidas nos atletas, vai ser ainda mais difícil.
A partir de amanhã [domingo], vamos começar a preparar o jogo com o Braga. A eliminatória já estava marcada para se disputar na quarta-feira. O objetivo é sair de lá com a eliminatória ganha. Vamos analisar este jogo para perceber o que fazer para melhorar”.
Luís Freire (treinador do Rio Ave): “Defrontámos uma boa equipa, forte em casa, com quem o primeiro classificado [Benfica] empatou aqui, por exemplo. Entrámos bem, a encontrar os espaços com personalidade. Não é fácil ter esta personalidade aqui. Nem sempre finalizámos as jogadas, mas penso que chegámos com muito critério ao último terço.
A meio da primeira parte o Vitória aumentou a pressão, jogou quase um para um, procurou a profundidade, o que nós também deveríamos fazer. Deveríamos ter procurado o Boateng. Até ao intervalo, o 0-0 parecia-me justo.
Na segunda parte, entrámos estáveis, mas nunca conseguimos o momento para a finalização. Tivemos jogadas que poderíamos ter feito, mas não conseguimos. Fomos refrescando a equipa, o jogo foi muito físico, com muitos duelos. O Vitória pôs sempre o jogo no contacto físico. Fomos guerreiros, valentes. Os jogadores que entraram tiveram grande compromisso, o que justifica o resultado. O Vitória teve mais ascendente, mas não teve grandes oportunidades.
Começámos a época com poucos pontos, no 16.º e no 17.º lugar. À terceira jornada, só tínhamos um ponto. Agora temos feito regularmente pontos. Temos sido competitivos fora de casa e sofrido poucos golos ultimamente. É uma realidade, mérito de todos, não só dos defesas, os avançados fartaram-se de correr. No processo defensivo, estivemos bem hoje. Os jogadores do Vitória têm qualidade na frente. No processo ofensivo, tivemos qualidade na construção.
(Alegados insultos racistas a Boateng?) Não me apercebi do que se passou, porque foi lá no ‘fundo’ do campo. Para o árbitro intervir, é porque se passou qualquer coisa. Ainda não falei com o Boateng. Ainda tenho de falar com ele sobre isso”.