Foi esta sexta-feira apresentado, em Esposende, o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), que ficará instalado no Forte de S. João Baptista, junto à foz do rio Cávado.
Em comunicado, a Câmara de Esposende salienta que “coube à equipa projetista, através do engenheiro Vitor Hugo e do arquiteto José Magno apresentar o projeto, explicando as opções que estiveram na base do ‘desenho’ agora apresentado” e que, considera a autarquia, “irá reconfigurar uma fortaleza construída entre 1669 e 1704, no âmbito do plano âmbito defensivo da costa portuguesa”.
“Notando que este projeto foi amplamente debatido com as entidades com jurisdição sobre aquele espaço, os técnicos assumiram que a tarefa foi um desafio enorme, nomeadamente pela génese do edifício, mas também pela ausência de registos que possibilitassem dar suporte às decisões”, salienta a Câmara de Esposede.
O CDCC integrará três áreas principais, nomeadamente o Centro Interpretativo do Parque Natural do Litoral Norte (PNLN), o Museu D. Sebastião e um espaço de exposições temporárias, dispondo ainda de um auditório e cafetaria.
O Centro Interpretativo do PNLN ficará instalado numa das alas do edifício e englobará um conjunto de funcionalidades integradas, nas vertentes da investigação e exposição do património natural existente, quer na parte terrestre quer na parte marítima.
Na zona reservada às exposições de maior dimensão, dedicadas ao Património Cultural e à Arqueologia Subaquática, ficará acomodado o espólio do Achado de Belinho, resultante do naufrágio de uma embarcação quinhentista, que fará a ligação com a ala destinada ao Museu D. Sebastião, monarca intimamente ligado a Esposende, por ter concedido a autonomia administrativa, em 1572, através de Carta Régia.
Numa sessão onde marcaram presença representantes do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Universidade do Minho, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), o presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, recuou ao passado para explicar todo o processo que levou à definição do projeto a implementar num espaço que esteve votado ao abandono largos anos. Realçou que foi sempre vontade do Município de Esposende recuperar o Forte conferindo-lhe utilidade pública, não obstante a pretensão e as várias propostas apresentadas pelo setor privado.
O moroso processo ficou concluído em 2018, com a assinatura do protocolo de cedência do Estado ao Município, uma concessão por 50 anos, pelo valor de 204 mil euros, notou o autarca, explicando que o projeto inicial do Centro de Divulgação Científica de Atividades Marinhas, acordado no âmbito do protocolo com a Universidade do Minho, foi repensado fruto das dinâmicas e das oportunidades entretanto surgidas levando à definição de novas finalidades para o edifício, acrescentando valências de cariz cultural.
“Abre-se, desta forma, ao usufruto da população, ao conhecimento e à cidadania, um espaço situado numa zona nobre de Esposende, num quadro de requalificação integral da zona ribeirinha da cidade”, salientou o Presidente da Câmara Municipal, notando que a sul irá nascer o Parque da Cidade, outro importante e determinante projeto para o território concelhio.
O autarca afirmou não ter dúvidas de que “o Centro de Divulgação Científica e Cultural irá afirmar Esposende na área da divulgação científica e cultural e da preservação histórica da memória coletiva do nosso povo”.
Benjamim Pereira fez notar que o projeto, inicialmente apontado como um investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros, tem financiamento garantido.