A fábrica de vacinas que está a ser construída em Paredes de Coura poderá vir a produzir a Sputnik V, vacina contra a covid-19 criada na Rússia.
O anúncio foi feito pelo CEO do consórcio IberAtlantic, Pedro Mouriño, revelando a negociação da empresa espanhola com o fundo soberano de investimentos russo. Recorde-se que este empresário é também cônsul honorário da Rússia na Galiza.
Em entrevista à Rádio Renascença, Pedro Mouriño admite que a farmacêutica Zendal e o consórcio já estão “há muito” em negociações com os russos, de forma a garantir a produção do fármaco, que deverá ocorrer nas fábricas da Galiza e de Paredes de Coura, esta última a ser construída por uma filial portuguesa do grupo Zendal, com capitais espanhóis.
“Uma das situações é o alargamento das capacidades produtivas do grupo Zendal. Nesta altura, já está a produzir o antigénio da Novavax, que é uma das vacinas norte-americanas mais avançadas, está a produzir antigénio para todo o mercado europeu, e está a alargar os seus armazéns em Porriño, na Galiza, como novas instalações em Paredes de Coura”, disse o responsável.
Mouriño quer trazer a produção da vacina para a Galiza e Alto Minho já no próximo verão, mas terá ainda que esperar a aprovação da Agência Europeia do Medicamento.
“A única coisa que a Agência Europeia do Medicamento tem que fazer é analisar do ponto de vista da segurança e da eficácia. Uma vacina como a Sputnik V que já está reconhecida pela comunidade científica internacional e acreditada em mais de 50 países, é muito difícil explicar que não é possível comercializar essa vacina no território da União Europeia”, sublinhou.
Os problemas relatados com a vacina AstraZeneca podem abrir uma oportunidade para o avanço da avaliação da agência europeia relativamente aos laboratórios russos.