O grupo de construção ACA, do empresário famalicense Alberto Couto Alves, que conta com mais de 2.000 colaboradores em todo o mundo, viu o Tribunal de Contas (TdC) conceder o visto prévio ao contrato de construção da Linha Rubi do Metro do Porto.
A consignação e arranque das obras deverão acontecer nos próximos dias, disse hoje fonte oficial da transportadora à agência Lusa. Além da empresa de Famalicão, o consórcio inclui ainda a espanhola FCC Construcción e Contratas y Ventas.
No dia 06 de dezembro, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, disse que esperava poder consignar a obra da linha Rubi entre o final do ano e o início de 2024, de forma a poder dar início às obras.
“Dentro de dias vamos começar a construir a linha Rubi. Já respondemos às primeiras perguntas do Tribunal de Contas, e acreditamos que entre o final do ano e o início do próximo ano tenhamos essa resposta”, tinha dito o responsável aos jornalistas numa visita ao viaduto de Santo Ovídio, parte da extensão da linha Amarela até Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).
O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
ACA foi fundada em 1982
Com sede em Famalicão, a Alberto Couto Alves (ACA) é uma das três empresas envolvidas no consórcio e atua nas áreas das infraestruturas (estradas e pontes) e em áreas de construção civil, requalificação urbana, vias de comunicação, edifícios residenciais, hotelaria, reabilitação, geotecnia, obras fluviais, paisagismo, infraestruturas desportivas, sistemas de água e gestão de resíduos.
Fundada em 1982 pelo empresário famalicense com o mesmo nome, conta com mais de 2.000 colaboradores e prevê um volume de negócios de 350 milhões de euros. Há 41 anos que Alberto Couto Alves é o administrador principal da empresa.
Desde a instalação de uma central de britagem em Fafe, no ano de 1990, a ACA tornou-se uma multinacional, atuando em Angola, Marrocos, Brasil, França, Argélia, Polónia, Camarões, São Tomé e Príncipe e, mais recentemente (2021), na Bolívia.
A empresa “assume-se hoje como um dos mais relevantes players portugueses no setor da construção, face à diversidade e excelência do seu vasto portfólio de obras”, pode ler-se no seu portal.
Autarca do Porto à espera
Questionado sobre o avançar da empreitada no Porto, depois de há um mês o executivo da Câmara do Porto, liderado por Rui Moreira, ter aprovado informar o Governo e a Metro do Porto de que não poderia haver nova empreitada na cidade se não forem resolvidos os constrangimentos nas atuais frentes de obra, Tiago Braga afirmou que o projeto da linha Rubi teve a preocupação de “procurar soluções, do ponto de vista da localização das estações, que fugissem àquilo que é a ocupação das vias públicas”.
“Por isso é que a estação do Campo Alegre é num parque de estacionamento e não na via pública”, exemplificou Tiago Braga, acrescentando que a obra arrancará nas frentes que a Metro do Porto considerar importante para cumprir o prazo de ter a obra pronta até 2026.
Questionado sobre se o Porto será poupado às obras no processo inicial da empreitada da linha Rubi, Tiago Braga disse ainda que “não se trata de ser poupado ou não ser poupado”.
“Aquilo que nós temos previsto, e já tive conversas com a Câmara do Porto, é que nós vamos arrancar com as frentes de obra necessárias para termos a ponte, termos a linha, termos o túnel – toda a parte da linha no Porto, com exceção da trincheira que sai em viaduto, é enterrada – e termos as condições para, no final de 2026, termos concluída a operação”, disse aos jornalistas.
Segundo o presidente da Metro do Porto, o número de frentes de obra no arranque da linha Rubi serão “para cima de dez”, a maioria das quais em Gaia, “porque a exigência e o desafio é muito grande”, numa “janela temporal muito curta” para executar a obra.
A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Rio Douro, a “Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha”, que será exclusivamente reservada ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.
Com Lusa.